Empresa de Pontes deve 51 meses de salários
Uma lista com os nomes dos trabalhadores abrangidos à reforma é publicada hoje. Já na Casa da Juventude de Viana, formadores têm 12 meses de atraso salarial
Os funcionários da Empresa Nacional de Pontes (ENP) prometem escrever, em breve, para o Presidente da República no sentido de verem resolvida a situação do atraso salarial de 51 meses e da não adjudicação de obras à empreiteira.
Ao Jornal de Angola, Gabriel Magalhães, membro de direcção da Comissão Sindical, disse que, até agora, não existe um horizonte temporal para o pagamento dos salários, estando a decorrer um processo de registo interno dos trabalhadores nas províncias do Huambo, Moxico, Huíla, Benguela e Luanda.
O sindicalista admitiu que este registo visa efectuar um novo controlo de trabalhadores com capacidade física e mental para trabalhar, em função de uma nova parceria prevista para retirar a empresa da estagnação.
“Se o pessoal em idade de reforma vai para casa, queremos que a direcção indemnize estas pessoas e, por conseguinte, pague todos os salários em atraso”, advogou. Gabriel Magalhães revelou que a direcção da empresa tenciona publicar a lista de trabalhadores excedentários, sem antes informar à comissão sindical sobre os ordenados em atraso e o pagamento da dívida da Segurança Social”.
“Estamos a ser submetidos a um violento sofrimento, impossível de uma pessoa resistir. Muitos já morreram e, se a situação prevalecer, vamos morrer todos, sem que os culpados sejam responsabilizados”, acentuou numa voz carregada de angústia.
Salário em atraso
A Casa da Juventude de Viana mantém em atraso os salários de oito meses dos formadores e de 12 meses dos trabalhadores de limpeza e de segurança.
O formador Maurício Rodrigues, integrante do grupo de formadores desprovidos de salário, contou que, depois de o Jornal de Angola ter feito a publicação, numa das suas edições, sobre o problema, a ministra da Juventude e Desportos mandou instaurar uma auditoria na Casa da Juventude de Viana.
Por desconhecer os resultados da auditoria, Maurício Rodrigues disse que o salário do mês de Fevereiro deste ano está salvaguardado, uma vez que uma equipa de administração está orientada a organizar às cobranças dos formandos e, de seguida, processar os salários dos trabalhadores em tempo útil.
Quanto aos salários em atraso, explicou que aguardam esperançosos pelos resultados da auditoria que, até ao momento, se desconhece a data para a sua divulgação.
“Temos muito a agradecer o Jornal de Angola, pois, o contrário, o grupo teria muita dificuldade de ver resolvido um problema que levou alguns formadores a não terem hoje capacidade de sustentar a família, pagar a escola dos filhos e a universidade”.
Subsídio de natal em falta
O secretário da Comissão Sindical dos Trabalhadores da TCUL, Octávio Francisco, revelou que a empresa deve, até ao momento, o subsídio de Natal e o salário do mês de Janeiro.
Octávio Francisco afirmou, ainda, que a TCUL deve subsídios de 12 meses de diuturnidade, implementado por ausência de um qualificador.
O sindicalista avançou que os salários dos trabalhadores são ainda baixos, sendo que a Comissão Sindical está a discutir para ver aumento e, por conseguinte, melhoria da condição social. “Achamos haver uma discrepância muito grande nos salários, uma vez que o mais baixo está fixado em 35 mil Kwanzas e o mais alto acima de um milhão de Kwanzas”, apontou.
A comissão Sindical dos Trabalhadores da TCUL pede que a direcção da empresa faça um amplo trabalho de sensibilização aos passageiros para que paguem e conservem os bilhetes.
“Os cobradores sofrem com esta situação, pois são despedidos quando o fiscal encontra algum passageiro sem bilhete, o que achamos injusto”, disse, informando que alguns passageiros dispersam os bilhetes e outros entram pela porta de trás, sem dar margem ao cobrador, sobretudo quando o autocarro está abarrotado.
“Estamos a ser submetidos a um violento sofrimento , impossível de uma pessoa resistir. Muitos já morreram e, se a situação prevalecer, vamos morrer todos”