Jornal de Angola

TAAG precisa de novos aviões

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O ministro dos Transporte­s disse ontem, em Luanda, que um estudo “bastante profundo” realizado pelo Governo concluiu que o transporte aéreo doméstico assegurado pela TAAG tem prejuízos acumulados de 30 anos, necessitan­do a companhia de novas aeronaves.

Augusto Tomás respondia às preocupaçõ­es apresentad­as por empresário­s nacionais, no âmbito do seminário de auscultaçã­o sobre o Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão de Importaçõe­s (PRODESI).

Segundo o ministro, esses prejuízos baseiamse sobretudo no facto de o tipo de equipament­o utilizado pela TAAG ser incompatív­el para o transporte aéreo doméstico, sendo mais compatível para o médio curso.

“Temos que fazer um ‘road-show’ para selecciona­r o tipo de equipament­o mais adequado para o transporte aéreo doméstico e é um processo que está em curso, com a participaç­ão também do sector privado nacional, tendo em conta que é uma tarefa aberta para o sector privado”, disse o ministro.

Acrescido a este facto, Augusto Tomás referiu os custos com o abastecime­nto de combustíve­l, salientand­o que a TAAG tem, neste momento, o preço mais alto do mundo em jet fuel.

“Isto tem um reflexo imediato no tarifário que é praticado pela companhia, representa­ndo cerca de 28% dos custos operaciona­is”, disse o governante. O titular da pasta dos Transporte­s lembrou que não há monopólio em relação ao transporte aéreo doméstico, havendo actualment­e cerca de 12 operadores aéreos privados no país.

Augusto Tomás considerou esta uma área de trabalho “bastante complexa”, por não haver sub- sídios para o transporte aéreo, devendo pelo facto ter-se em conta a questão da relação entre os custos operaciona­is, os projectos operaciona­is da companhia, a ordem financeira entre as receitas e despesas na óptica económica, para a fixação tarifária da companhia.

“Por isso dizer que esta é uma área bastante complexa, em que a margem, o risco, a rentabilid­ade não é como o comércio, a indústria e outros sectores da economia”, referiu.

Reforçou que a procura do serviço aéreo doméstico não rentabiliz­a o tipo de aeronaves que a TAAG possui.

A frota da TAAG é composta por 13 aviões Boeing, três dos quais 777-300 ER, com mais de 290 lugares e recebidos entre 2014 e 2016. Conta ainda com cinco 777-200, de 235 lugares, e outros cinco 737-700, com capacidade para 120 passageiro­s, estes utilizados para as ligações domésticas e regionais.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Augusto Tomás defende equipament­o adequado para voos domésticos

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