Primeiro-ministro da Etiópia apresenta demissão
O primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, apresentou ontem o seu pedido de demissão sem apresentar qualquer tipo de justificação.
A informação desta decisão foi avançada pela televisão etíope, que referiu que Desalegn também abandona a presidência de uma coligação de partidos que governa os destinos da Etiópia. A saída de Hailemariam Desalegn acontece num momento em que têm aumentado os protestos anti-governamentais nas regiões de Oromia e Amhara, dos quais já resultaram dez mortos e centenas de feridos.
Há um mês, as autoridades etíopes libertaram centenas de prisioneiros, não tendo mesmo assim conseguido travar a realização dos protestos. Desde 2015 que a Etiópia é palco de repetidas manifestações violentas com apelos por parte dos protestantes à aplicação de reformas políticas e económicas e à exigência do fim da corrupção.
Estes distúrbios estavam a provocar profundas divisões no seio da coligação que governa o país, com as elites a acusarem o primeiroministro de falta de pulso para resolver o problema causado pelas constantes manifestações.
Alguns observadores consideram que a turbulência que agora afecta a Etiópia pode estender-se a toda a região do Corno de África, afectando alguns países que até agora têm gozado de grande estabilidade política e militar.