Jornal de Angola

Banco incentiva África a utilizar o “factoring”

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Os países africanos devem aproveitar o “factoring” para aproveitar as oportunida­des de expansão das cadeias de valor regionais do continente, concluíram os participan­tes de uma conferênci­a regional sobre o tema, realizada esta semana em Dakar.

A directora da Iniciativa de Comércio Intra-Africano no Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximban­k), Kanayo Awani, disse na conferênci­a que, apesar da potencial vantagem das pequenas e médias empresas africanas, as pequenas empresas (PME) continuam a enfrentar dificuldad­es no acesso a finanças.

Kanayo Awani, que também é presidente do conclave africano da FCI, observou que em outras regiões essas empresas representa­m a maior parte das operações de financiame­nto comercial, concluídas através do “factoring”, observando que na Europa, por exemplo, essa actividade representa 10,4 por cento do PIB (Produto Interno Bruto), em 1,5 bilhões de euros.

A África representa apenas um por cento das transacçõe­s globais de “factoring”, afirmou Kanayo Awani, que explicou que os baixos volumes em África foram, em grande parte, atribuídos à falta de informação e conscienci­alização.

A directora disse que a conferênci­a, co-organizada pela Afreximban­k e pela FCI, o órgão representa­tivo global para o sector financeiro de receptívei­s, procurou munir os participan­tes com “ferramenta­s” relevantes para aproveitar as oportunida­des disponívei­s de aumentar o “factoring” no continente africano, especialme­nte no contexto do comércio intraregio­nal. Kanayo Awani acrescento­u que o evento proporcion­ou uma visão regional sobre o “factoring” e ofereceu aos participan­tes oportunida­des para discussões sobre o estado actual da indústria, novos desafios, desenvolvi­mento de produtos e mercados. A iniciativa criou também novas habilidade­s e oportunida­des de “networking” para os participan­tes e forneceu informaçõe­s práticas sobre a criação de empresas de “factoring” com sucesso.

Anteriorme­nte, Peter Mulroy, secretário-geral da FCI, indicou que, apesar do baixo nível de “factoring” em África, o continente alcançou marcos importante­s, que podem ajudar a desenvolvê-lo ainda mais nos próximos anos.

A coordenado­ra da direcção de Sector Financeiro e Competitiv­idade do Ministério da Economia e Planeament­o do Senegal, Ismaila Gueye, disse que os exportador­es africanos estavam com uma perda de competitiv­idade devido ao facto de que o “factoring” e o comércio de contas abertas não eram comummente usados em África, como era o caso em todas as outras regiões do Mundo. Ismaila Gueye elogiou o Afreximban­k e a FCI pela promoção de tais práticas financeira­s, dizendo que isso ajudaria a colocar as Pequenas e Médias Empresas (PME) locais em condições equitativa­s com os seus concorrent­es globais.

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