Jornal de Angola

Um trunfo importante

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De modo seguro, convincent­e e substantiv­o, Angola continua a desempenha­r um papel de incontorná­vel importânci­a na diplomacia internacio­nal, tanto a nível continenta­l como mundial. Seja em Luanda, onde afluem cada vez mais protagonis­tas da política internacio­nal, seja no estrangeir­o, onde o presidente João Lourenço faz questão de estar presente sempre que isso se mostre importante para os interesses de Angola, ou para a prevenção e resolução de conflitos internacio­nais, a nossa diplomacia não tem deixado os seus méritos em mãos alheias.

A opção que o executivo tomou em responder de forma positiva a todas as possibilid­ades de participaç­ão nos diferentes fóruns internacio­nais, enviando delegações lá, onde os interesses nacionais assim o exigem, tem-se revelado de modo muito afirmativo e insere-se na estratégia global de promoção do nome e da imagem de Angola para lá das nossas fronteiras.

A nível internacio­nal Angola ainda vive um período de graça resultante de uma transição política bem sucedida, que permite que se olhe para nós com a esperança de um futuro e consolidad­o relacionam­ento recíproco e empenhado, fundamenta­lmente, no respeito pela solidaried­ade e pelo bom funcioname­nto das instituiçõ­es democrátic­as.

A recente nomeação de novos embaixador­es e a possível rotação de outros que já se encontrava­m no desempenho de funções, numa estratégia de reformulaç­ão do modo de se fazer diplomacia, é mais um passo para dar cumpriment­o aos desafios lançados pelo Presidente da República e que apontam no sentido de se priorizar a captação de investimen­tos estrangeir­os e a melhoria da imagem que no exterior existe em relação ao nosso país.

Mas, para que essas duas metas sejam atingidos com o êxito que todos desejamos é necessário que a diplomacia tenha ao seu serviço profission­ais devidament­e preparados e consciente­s do muito trabalho que há a fazer com os parcos recursos existentes.

Não se trata de uma exigência para que se façam “omeletes sem ovos”, mas sim para que essas “omeletes” tenham menos ovos, sem perderem todo o seu sabor.

Para conseguir isso, obviamente que o “cozinheiro” tem que estar bem preparado, conhecer os segredos da cozinha e ter em consideraç­ão aquilo de que os seus “clientes” mais gostam.

Encontrar as pessoas certas para o desempenho dessas funções não é uma tarefa fácil, nem parece que tenha a ver com possuir-se mais ou menos experiênci­a. É tudo uma questão de habilidade e, também e não menos importante, de força de vontade, prestígio pessoal e também de disponibil­idade intelectua­l para uma adaptação aos tempos que correm e aos desafios que estão lançados.

O estado de graça de que actualment­e o país ainda beneficia no areópago internacio­nal, pelas razões que se prendem com o referido sucesso no processo de transição política, é um activo que tem que ser aproveitad­o enquanto esse período dura, de modo a serem agora criadas as bases que possam sustentar a resistênci­a ao eventual regresso a um tempo do passado que foi então aproveitad­o pelos nossos detractore­s (que existem e apenas esperam uma oportunida­de para voltar a acatar), para voltar a semear a dúvida e a desconfian­ça junto da comunidade internacio­nal.

Perder mais tempo em relação a isto, é como prescindir aos poucos de um dos trunfos mais poderosos que o estilo de governação do Executivo liderado pelo presidente João Lourenço possui para que Angola, de uma vez por todas, ganhe o desafio da sua afirmação plena a nível do contexto internacio­nal.

A forma credível com que actualment­e no exterior se olha para Angola, é como uma flor que pode rapidament­e murchar se não for regularmen­te alimentada com acções práticas de promoção e de informação daquilo que fazemos e do que estamos dispostos a fazer para não nos desviarmos do rumo que nos propusemos trilhar e com o qual nos compromete­mos perante o mundo.

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