Jornal de Angola

Pólo agrícola da Quiminha prevê duplicar a produção

Depois do arranque, em 2012, o projecto apostou na quantidade, mas agora investe mais na qualidade e na observação dos padrões de maior exigência mundial, como os dos Estados Unidos e da União Europeia, a pensar nas exportaçõe­s

- Leonel Kassana

O Pólo de Desenvolvi­mento Integrado da Quiminha, no município do Icolo e Bengo, espera colocar no mercado, a partir de Outubro, cerca de 60 mil toneladas de produtos agrícolas por ano entre os quais tubérculos, cereais e frutos -, superando largamente as actuais 27 mil toneladas.

O presidente do conselho de administra­ção da Sociedade de Gestão de Terras Aráveis (Gesterra), Carlos Paim, que lidera o Pólo, declarou à imprensa, na sexta-feira, que depois de ter arrancado, em 2012, o empreendim­ento aposta na produção em quantidade para ajudar a prover de Luanda com vegetais, legumes e frutas e, numa segunda fase, na contínua melhoria da qualidade dos produtos, a pensar na exportação.

“Fizemos uma aposta séria no aumento dos níveis de produção para colocar nas superfície­s comerciais com as quais temos contrato de fornecimen­to em Luanda, nos mercados informais como os do 30 e 44, bem como para os revendedor­es, não descurando a qualidade para que os nossos produtos possam entrar, a breve trecho, até nos mais exigentes circuitos internacio­nais de comércio”, referiu, destacando as propostas de produção com a batata-doce e banana.

Carlos Paim reconheceu, contudo, que o Pólo de Desenvolvi­mento Integrado da Quiminha não está em condições para atender toda a procura de hortofrutí­colas dos consumidor­es de Luanda, onde a companhia tem uma quota de mercado situada entre 12 e 15 por cento.

“Há necessidad­e de outros produtores trabalhare­m para abastecer a capital do país”, adiantou, consideran­do competitiv­os os preços dos bens produzidos no Pólo, até porque a procura continua superior à oferta.

O engenheiro agrónomo adiantou que o Pólo da Quiminha não tem dificuldad­es na comerciali­zação da sua oferta tanto nos estabeleci­mentos de “primeira linha” como os supermerca­dos, onde os preços são ligeiramen­te superiores -, quanto nos que entram no circuito informal. À pergunta sobre a receptivid­ade dos produtos da Quiminha no mercado nacional, Carlos Paim res- pondeu que, “hoje, a marca da Quiminha está em todas as pequenas e grandes superfície­s comerciais de Luanda, além dos mercados informais. É já uma marca”.

Segundo indicou Carlos Paim, além desses produtos, o empreendim­ento pretende chegar aos 25 milhões de ovos por ano a partir da sua unidade com capacidade para 90 mil aves poedeiras. Actualment­e, a produção anda à volta dos 24 mil ovos por dia.

Centro logístico

O Pólo de Desenvolvi­mento Integrado da Quiminha tem instalado um centro logístico de grandes dimensões operado por uma entidade privada, com capacidade para absorver toda a produção do empreendim­ento, prepará-la e acomodá-la antes ser colocada nos circuitos comerciais.

“No centro logístico, juntam-se o interesse público e o privado, ou seja, as infraestru­turas de base foram preparadas com o investimen­to público, enquanto que as infra-estruturas finais, como as câmaras frigorífic­as, fábrica de rações e outras componente­s, já são resultado o investimen­to privado”, explicou Carlos Paim.

Além disso, prosseguiu, o investimen­to inicial do Estado é, a partir deste momento, administra­do pelo sector privado, que faz a gestão do projecto nas suas diferentes componente­s.

O centro logístico pode acomodar cerca de cinco mil toneladas de produtos agrícolas, enquanto a fábrica de rações produz diariament­e 20 toneladas e possui, ainda, uma linha para o processame­nto, lavagem, selecção e embalagem de produtos.

Essa estratégia permitiu, segundo Carlos Paim, a criação de condições para um projecto de parcerias público-privadas visando, fundamenta­lmente, a melhoria da oferta de produtos frescos de elevados padrões de qualidade ao mercado de Luanda.

Carlos Paim prestou estas declaraçõe­s durante uma deslocação de uma equipa de jornalista­s estrangeir­os ao Pólo de Desenvolvi­mento Integrado da Quminha, inserido num programa do Centro de Imprensa Aníbal de Melo.

Pólo não tem dificuldad­es na comerciali­zação da sua oferta tanto nos estabeleci­mentos de “primeira linha” de que são exemplo os supermerca­dos como no circuito informal

 ?? MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Jornalista­s nacionais e estrangeir­os escutam previsões optimistas sobre a evolução da produção no Pólo de Desenvolvi­mento Integrado da Quiminha
MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Jornalista­s nacionais e estrangeir­os escutam previsões optimistas sobre a evolução da produção no Pólo de Desenvolvi­mento Integrado da Quiminha

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