Jornal de Angola

Sonangol quer baixar o custo da refinaria

A futura refinaria, que estava a ser construída desde Janeiro de 2013, fica localizada no morro da Quileva

- Sampaio Júnior | Benguela

O presidente do Conselho de Administra­ção da Sonangol, Carlos Saturnino, defendeu ontem uma revisão geral do projecto de construção da Refinaria do Lobito, para que haja uma redução pela metade do valor inicial que então rondava os 12 mil milhões de dólares.

Ao apresentar ao Chefe Estado o quadro do projecto de construção das infra-estruturas de apoio até à altura que se registou a suspensão, em 2016, Carlos Saturnino disse que com o reinício das obras pretende-se que a empreitada ronde em metade do valor inicialmen­te proposto.

A futura refinaria, que estava a ser construída desde Janeiro de 2013, um mês depois de lançada a primeira pedra, fica localizada no morro da Quileva, a 10 quilómetro­s da cidade do Lobito, numa área de três mil e 805 hectares. Prevê processar diariament­e cerca de 200 mil barris de crude e, com isso, reduzir a importação de combustíve­is.

No local, o Presidente da República ouviu explicaçõe­s que dão conta que os cinco projectos que resumem a primeira fase de construção são o terminal marítimo, a estrada de acesso destinada a cargas pesadas, a preparação do terreno para as bases da refinaria, o desvio da estrada Lobito/Hanha e o sistema de captação e fornecimen­to de água a partir da bacia da barragem do Biópio.

Segundo o engenheiro Guiomar Correia, representa­nte da Sonangol, 60 por cento da produção da futura refinaria será para o consumo interno e os restantes para exportação.

Entre 2013 e 2016, disse, estiveram envolvidos na empreitada mais de 1.400 trabalhado­res, sendo 82 por cento mãode-obra nacional das províncias de Benguela, Huíla, Huambo e Luanda.

Na sequência da paralisaçã­o do projecto, em Junho de 2016, a obra tinha menos de 400 trabalhado­res, segundo explicaçõe­s do responsáve­l, apontando que os 70 trabalhado­res representa­dos em 2017 são todos efectivos de segurança.

Parte do terminal marítimo foi 100 por cento concluído em Outubro de 2015, para servir para descarga dos equipament­os de construção e montagem da refinaria numa primeira fase e, posteriorm­ente, para o carregamen­to e descarga dos produtos petrolífer­os.

A área da refinaria ocupa 300 hectares da área total calculada em 4.080, sendo que o terminal marítimo ocupará 37 hectares e poderá acomodar navios com um compriment­o de até 280 metros.

Os produtos a resultarem da refinação do crude incluem gasolina, jet1, gasóleo, diesel marinho, fuel, entre outros.

Carlos Saturnino disse que a Sonangol vai concluir, até finais deste mês, o processo de análise das propostas técnicas recebidas para construção de refinarias em Angola, com vista a reduzir as importaçõe­s de combustíve­is.

O grupo que está a trabalhar nessa matéria, por orientação do Presidente da República, disse, deve terminar, até ao fim deste mês, a análise das 23 propostas recebidas e, deste modo, submeter um relatório ao Governo. “O prazo será cumprido de maneira que esperamos durante o mês de Março para que o Governo possa tomar a decisão e fazer as recomendaç­ões apropriada­s”, referiu.

A Sonangol vai concluir, até finais deste mês, o processo de análise das propostas técnicas recebidas para construção de refinarias em Angola

Avançou que, de acordo com a última actualizaç­ão feita no dia 10 de Fevereiro, há um total de 23 propostas repartidas entre o projecto do Lobito e o de Cabinda, além de uma série de intenções relacionad­as com a prestação de serviços em termos de engenharia e construção.

A equipa conjunta entre a Sonangol e o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, disse, “está a trabalhar à alta velocidade”, de maneira que não haja problemas na execução do que foi orientado, ou seja, analisar as propostas para a construção de refinarias em Angola. Em Dezembro de 2017, o PR criou um grupo de trabalho para, no prazo de 60 dias, analisar e dar o devido tratamento às propostas para a construção de refinarias em Angola. *Com a Angop

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PEDRO PARENTE | ANGOP João Lourenço ouviu explicaçõe­s sobre os trabalhos realizados até à paralisaçã­o

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