Jornal de Angola

França retira “mérito” por falta de jurisdição

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A França disse ontem que o Tribunal Internacio­nal de Justiça (TIJ) “não tem jurisdição” para julgar um recurso apresentad­o pela Guiné Equatorial à pena suspensa de prisão de três anos decretada por um tribunal francês ao seu Vice-Presidente.

Em 2016, a Justiça francesa deu início a um julgamento ao então empresário equato-guineense Teodoro Nguema Obiang (“Teodorín”), filho do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, acusado de branqueame­nto de capitais no valor de “várias centenas de milhões de euros” em França.

O veredicto saiu em Outubro do ano passado, com o tribunal correccion­al francês a condenar Teodoro Nguema Obiang a uma pena de três anos de prisão, suspensa, e ao pagamento de 30 milhões de euros de indemnizaç­ão. A "lavagem de dinheiro", indicou a Justiça francesa, foi resultante de "comissões de empresas e fundos públicos" da Guiné Equatorial, tal como indicou o relatório da investigaç­ão entretanto feita pelo Gabinete Central para a Repressão de Crimes Financeiro­s Graves (OCRGDF) e cujo relatório serviu de base para a condenação.

Na ocasião, os investigad­ores sublinhara­m que o dinheiro administra­do por Teodoro Nguema Obiang "não pode ter origem legal", justifican­do com "as quantidade­s consideráv­eis constatada­s (várias centenas de milhões de euros) em determinad­as operações cuja origem principal é o Tesouro Público da Guiné Equatorial".

Em 2016, o Presidente equato-guineense, para evitar as acusações e a condenação do filho, decidiu nomear Teodoro Nguema Obiang Vice-Presidente da Guiné Equatorial, cargo até então não previsto na Constituiç­ão do país, garantindo­lhe, ao mesmo tempo, imunidade judicial. Apresentou, depois, um recurso ao Tribunal Internqaci­onal de Justiça para anular a decisão das instâncias francesas. A Justiça nigeriana libertou 475 alegados membros do grupo Boko Haram, que não puderam ser condenados por falta de provas, anunciou ontem o Ministério da Justiça nigeriano.

Centenas de suspeitos foram ouvidos semana passada no tribunal da base militar em Kainji, cidade remota no centro da Nigéria.

Um total de 1.669 pessoas participou em audiências que começaram em Outubro, tendo um primeiro grupo, de 468 suspeitos, sido libertado após alguns dias. Segundo um porta-voz do Ministério da Justiça, os 475 alegados membros do grupo radical, foram libertados “na ausência de provas suficiente­s contra eles”.

O tribunal ordenou que recebessem “reabilitaç­ão num centro apropriado”, antes de se encontrare­m com as suas famílias.

“Pessoas com transtorno­s mentais ou problemas de saúde também devem receber cuidados médicos adequados”, acrescento­u o porta-voz.

Ao grupo Boko Haram é atribuída a responsabi­lidade pela morte de mais de 20 mil pessoas nos últimos nove anos.

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JEWEL SAMAD| Tribunal Internacio­nal de Justiça pode perder Teodoro Obiang

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