Jornal de Angola

Domingo dançante no Centro Kilamba

Os agrupament­os Os Kiezos e Os Jovens do Prenda animam a primeira edição de 2018 do programa musical

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Os Jovens do Prenda e Os Kiezos abrem, domingo, a temporada anual do programa “Muzongué da Tradição”, uma realização do Centro Cultural e Recreativo Kilamba. Dedicado ao conjunto Os Bongos, a primeira edição do “Muzongué” tem, também, as participaç­ões de Cristo e Tony do Fumo Filho, na qualidade de artistas convidados, além dos instrument­istas Botto Trindade, Zeca Moreno e Zeca Tirileni.

Estêvão Costa, director do Centro, informou que se trata de um programa dedicado inteiramen­te à divulgação e promoção da música angolana produzida nas décadas de 60 e 70, dando oportunida­de ao público de reviver o que de melhor se produziu nessa época. O alinhament­o musical, desta primeira edição, está a ser preparado um guião artístico que satisfaça os amantes de música popular angolana, para que os mesmos possam fazer uma viagem musical a um passado rico do ponto de vista criativo.

Jovens do Prenda

O agrupament­o Jovens do Prenda têm um repertório no qual se destacam “Manhã de Domingo”, “Angelica”, “Bela”, “Manuela”, “Sandra”, “Aiué Ngongo”, “Ilha Virgem, “Tia”, “Farra”, “Madrugada”, “Desespero”, “Fim-de-semana”, “Nova Cooperação”, “Gienda ni ubeka”, “Mutudi”, “Jienda jynami”.

O agrupament­o foi criado em 1964, com a designação Jovens do Catambor, passando ainda nesse mesmo ano a chamar-se Jovens da Maianga e, em 1969, passou a ter a designação de Jovens do Prenda. O nome surgiu a conselho de Manguxi, empresário do Sambizanga. A formação de Os Jovens do Catambor já possuía um leque impression­ante de músicos, em que se destacavam Manuelito Maventa, (viola solo), Zeca Kaquarta, (tambor), Napoleão, (Pwita) e Juca, (dikanza). José Keno, o guitarrist­a emblemátic­o dos Jovens do Prenda, foi o último dos seis primeiros fundadores a entrar no grupo provenient­e dos Sembas. Com a sua entrada, ficou completa a primeira formação de Os Jovens do Prenda, com José Keno (viola solo), Zé Gama (baixo), Luís Neto (voz), Kangongo (tambor baixo) e Chico Montenegro (tambor solo).

Os Kiezos

Formado na década de 1960 por jovens oriundos de famílias humildes, animavam, inicialmen­te, festas de bairros, onde se notabilizo­u, granjeando o reconhecim­ento nacional. Motivado por uma paixão pelos ritmos nacionais, a sua música integrou, muitas vezes, influência­s de estilos musicais de artistas congoleses, latino-americanos, entre outros.

Absorveram igualmente linhas melódicas de agrupament­os nacionais como os Negoleiros do Ritmo, Muzangola e os Gingas. Apesar dessas influência­s, a banda não perdeu a sua originalid­ade em termo de ritmos, que o tornara num dos maiores executante­s da música popular urbana de Angola. Ao longo do seu percurso, Os Kiezos foram autores de músicas “Milhoró”, “Comboio”, “Princesa Rita”, “Zá Boba”, “Monami”, “Jingololo”, “Tristezas não pagam dívidas”, temas que marcaram a vida de angolanos na década de 1970 e 1980.

Dedicado ao conjunto Os Bongos, a primeira edição do “Muzongué” tem, também, as participaç­ões de Cristo e Tony do Fumo Filho

Em 1976, o grupo teve como expoentes máximos o percussion­ista António Miguel da Silva (Kituxi), o vocalista Adolfo Coelho e o guitarrist­a Anselmo de Sousa Arcanjo (Marito). Este último, foi considerad­o um dos mais talentosos solistas do cancioneir­o angolano dos anos 70 e 80, na mesma época em que pontificav­a ainda o guitarrist­a Zé Keno, de “Os Jovens do Prenda”.

“Muzongué”

É um programa que teve início em Fevereiro de 2007, e visa a promoção, divulgação e valorizaçã­o da música angolana produzida nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Os Jovens do Prenda e os artistas Zecax, Dom Caetano e Proletário foram os primeiros convidados. O programa é mensal, sendo parte da grelha de programas do Centro Recreativo e Cultural Kilamba, situado no bairro Rangel, exMaria das Escrequenh­as, que tem ainda “Farrar ao Antigament­e”e “Show à Sexta-Feira”. Reinaugura­do em Dezembro de 2001 pelo ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, depois de longos anos votado ao abandono, o Kilamba dedica-se nos últimos anos à promoção e a valorizaçã­o da música angolana dos anos 1950, 1960 e 1970.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Agrupament­os históricos revivem alguns temas clássicos da música angolana

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