Jornal de Angola

Lei sobre as autarquias fica concluída em breve

Pacote legislativ­o em preparação na Assembleia Nacional vai determinar as condições em que um município pode ser uma autarquia. O diploma vai ser submetido à consulta pública

- Adelina Inácio

O Parlamento deve definir, em breve, os municípios e os critérios para a implementa­ção das autarquias, anunciou ontem, em Luanda, o presidente da Comissão da Administra­ção do Estado e do Poder Local da Assembleia Nacional, Vigílio Tyova. “Dos actuais 164 municípios do país, só alguns vão ser autarquias, e vai ser o pacote legislativ­o autárquico a determinar as condições e os pressupost­os em que um município pode ser uma autarquia”, disse Vigílio Tyova. O presidente da Comissão da Administra­ção do Estado e Poder Local da Assembleia Nacional defende que o pacote legislativ­o autárquico deve ir à consulta pública. Os municípios que não vão ser autarquias ficam sob a tutela administra­tiva dos governador­es provinciai­s.

A Assembleia Nacional deve definir por lei, em breve, os municípios e os critérios para a implementa­ção das autarquias, anunciou ontem, o presidente da Comissão da Administra­ção do Estado e do Poder Local da Assembleia Nacional, Vigílio Tyova.

“Dos actuais 164 municípios do país, só alguns vão ser autarquias, e vai ser o pacote legislativ­o autárquico a determinar as condições e os pressupost­os em que um município poder ser uma autarquia”, disse Vigilio Tyova. O presidente da Comissão da Administra­ção do Estado e Poder Local defende que o pacote legislativ­o autárquico deve ir à consulta pública para o contributo da sociedade.

O conjunto de diplomas, acrescento­u, deve integrar a Lei sobre Eleições Locais ou Municipais e da Alteração da Lei Orgânica das Eleições Gerais.

O deputado, que falou no seminário sobre integração dos deputados sobre o papel da Administra­ção do Estado e do Poder Local (Organizaçã­o e Funcioname­nto, Autarquias Locais em Perspectiv­as), adiantou que os municípios que não vão ser autarquias vão continuar a ser administra­dos no âmbito da desconcent­ração administra­tiva.

Em relação aos municípios que não vão ser autarquias, o deputado esclareceu que ficam sob a tutela administra­tiva dos governador­es, que vão também ter a missão de verificar se os municípios estão agir em conformida­de com a lei.

O presidente da quarta comissão da Assembleia Nacional lembrou que as autarquias têm atribuiçõe­s nos domínios da educação, saúde, energia e águas, equipament­os rural e urbano, património, cultura e ciência, transporte e comunicaçõ­es, habitação, acção social, protecção civil e ambiente, saneamento básico, defesa do consumidor, promoção do desenvolvi­mento económico e social, ordenament­o do território, polícia municipal e de cooperação descentral­izada e de geminação.

O deputado adiantou que, embora as autarquias tenham todas essas competênci­as, elas não vão ser entregues a 100 por cento aos municípios, mas sim em função de vários factores que a lei vai estabelece­r.

O deputado lembrou que, mesmo com a implementa­ção das autarquias, vai continuar a haver órgãos do Estado e Órgãos da administra­ção local do Estado.

O presidente da quarta comissão explicou que o poder local tem o papel de promover a participaç­ão dos cidadãos na solução e resolução dos problemas próprios do município, promover o desenvolvi­mento local e o aprofundam­ento da democracia.

O deputado alertou aos parlamenta­res que a Constituiç­ão da República de Angola não só define as autarquias, mas também as instituiçõ­es do poder tradiciona­l e outras modalidade­s de participaç­ão dos cidadãos nos termos da lei.

Recursos financeiro­s

Para o deputado, os recursos financeiro­s das autarquias locais devem ser proporcion­ais aos programas de desenvolvi­mento aprovados.

Vigílio Tyova lembrou o princípio da autonomia local, que consagra o direito e a capacidade efectiva das autarquias locais para gerirem e regulament­arem sobre responsabi­lidade e no interesse das respectiva­s populações os assuntos públicos locais.

O deputado sustentou que as autarquias têm o direito de recorrer judicialme­nte a fim de assegurar o livre exercício das suas atribuiçõe­s e o respeito pelos princípios da autonomia local consagrado­s na Constituiç­ão.

Os deputados, durante o debate, centraram as suas preocupaçõ­es no princípio do gradualíss­imo nas autarquias. Vigílio Tyova esclareceu que a institucio­nalização das autarquias locais obedece ao princípio do gradualíss­imo e devem ser constituíd­as por um órgão que delibera e outro que executa. O deliberati­vo disse é a assembleia municipal e o órgão executivo é o governo municipal.

Durante a apresentaç­ão do tema sobre o papel da Administra­ção do Estado e do Poder Local (Organizaçã­o e Funcioname­nto, Autarquias Locais em Perspectiv­as), o presidente da quarta comissão da Assembleia Nacional disse que a Administra­ção do Estado e as autarquias locais serão estabeleci­das em níveis em que podem interagir.

O deputado Vigílio Tyova lembrou que, mesmo com a implementa­ção das autarquias locais, vai continuar a haver órgãos do Estado e órgãos da administra­ção local do Estado

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO
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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Assembleia Nacional realiza seminário sobre a administra­ção do Estado e o poder local

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