Conversações são abertas para saída da crise política
O Governo e a oposição iniciaram, na segunda-feira, em Lomé, as conversações denominadas “Diálogo de última hipótese”, após seis meses de crise no Togo, abrindo a via para uma solução política no pequeno país oesteafricano.
“A paz, a liberdade e a estabilidade do povo togolês é simplesmente algo que não é negociável”, disse na cerimónia de abertura o Presidente do Ghana, Nana Akufo-Addo, na condição de mediador da crise.
O Governo e a oposição finalmente concordaram em sentar-se à mesma mesa, num momento em que o Presidente Faure Gnassingbé, actualmente líder da Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO), enfrenta uma forte contestação popular no seu país.
“É importante, para o respeito dos cidadãos togoleses, que os seus dirigentes sejam percebidos como pessoas capazes de encontrar soluções que irão fazer avançar as condições da população deste país”, e isto num “espírito de entendimento e compromisso”, acrescentou o Chefe de Estado do Ghana diante de vários líderes políticos e diplomatas, incluindo os embaixadores de França, dos Estados Unidos da América e da China.
“Vim aqui para apoiar um diálogo que vai fazer com que o povo togolês e seus interesses sejam tidos em conta”, precisou e apelou aos togoleses a “determinar” eles mesmos o futuro do seu país.
O diálogo, que deve durar 10 dias, aborda um vasto leque de preocupações, incluindo o “restabelecimento da Constituição de 1992” - que limita para dois os mandatos presidenciais -, bem como uma “transição” política e “reformas eleitorais”.
Cada parte - uma coligação de 14 partidos políticos da oposição e o partido no poder (União para a República, UNIR) - está representada por sete delegados. A participação do Governo deve ser discutida durante o diálogo.