Israel vai apoiar empresários
Embaixador Oren Rozenblat confirmou essa possibilidade ontem, em Luanda, quando apresentou o novo quadro de cooperação económica com Angola para os próximos quatro anos
Empresários nacionais têm a oportunidade de conseguirem parcerias e possíveis financiamentos a partir de Israel, dentro da nova estratégia de cooperação económica, desenhada com base na mudança de opção do Governo angolano de uma economia de energia(petróleo) para a aposta em áreas de tecnologias, indústria e agricultura.
O embaixador de Israel em Angola, Oren Rozenblat, que confirmou tais possibilidades ontem, em Luanda, quando apresentava o novo quadro de cooperação económica com Angola para os próximos quatro anos, disse que o Estado de Israel já apoiou com 250 milhões de dólares projectos virados para a agricultura.
A cooperação vai centrarse em três grandes objectivos, nomeadamente, energia, segurança cibernética e segurança técnica e operacional. No campo energético, vão ser aplicados 60 milhões de dólares na construção de uma fábrica fotovoltaica, com a entrada de uma empresa israelita, que depois de 20 anos cede a mesma ao Estado angolano.
As províncias do Cunene, Namibe e Huíla estão entre as principais beneficiárias do projecto, por apresentarem características interessantes, segundo o embaixador de Israel. Oren Rozenblat referiu que Israel está preparado para intensificar a cooperação com Angola, passando de uma cooperação baseada em transacções entre Estados, para dar lugar à relação directa entre as empresas.
“Os empresários angolanos devem se preparar, agora, para conseguirem parcerias ou financiamentos em áreas agrícolas ou próximas desta”, sublinhou o embaixador, tendo afirmado que o país apresenta um quadro com boas oportunidades de negócios.
O embaixador Oren Rozenblat referiu que antes de 2014, a cooperação entre os dois países estava quase presa em processos de natureza política.
Por isso, disse, a dívida de Angola com Israel é quase inexistente, “limita-se a uns poucos milhões de dólares”. Rozenblat esclareceu este ponto para sossegar a curiosidade dos jornalistas, tendo reconhecido que as coisas para Angola não estão bem, “o que obriga a um esforço maior da economia, como acontece em qualquer parte do mundo”.
Israel, disse o embaixador Oren Rozenblat, tem boas coisas para dar a Angola, tendo em conta a característica da sua economia, toda baseada no campo longe do petróleo, por razões óbvias. O nível de crescimento de Israel é espectacular, basta ver que saiu de um PIB de 6,71 por cento, em 1981, para 40, 146, em 2017.
Neste momento, o nível de desemprego no país é considerado inexistente, por o mesmo estar fixado em apenas 4 por cento. Essas condições colocam Israel entre as quatro maiores economias do mundo.
“Os empresários angolanos podem conseguir bons projectos ou parcerias com o Estado de Israel, principalmente na área agrícola. Repare que o território angolano é 40 vezes maior que o israelita, mas com poucos recursos, nem petróleo nem ouro, apenas terra e agricultura, interessante, não”? Questionou o embaixador Oren Rozenblat.