Dois analistas defendem oferta turística decente
A professora universitária Laurinda Hoygaard defendeu a criação de condições para realizar pequenos serviços para acolher turistas, em reacção à adopção na sextafeira de uma nova política de concessão de vistos, para fortalecer a indústria do turismo e do lazer.
Laurinda Hoygaard considerou que apesar de possuir recursos naturais proporcionais à criação de negócios prósperos e da idiossincrasia das suas populações, caracterizada pela hospitalidade, faltam infra-estruturas e em grande número de casos e as instituições não funcionam. “De uma maneira geral, é difícil resolver qualquer problema por insuficiência de locais adequados para receber toda gente, e as estradas estão esburacadas”, afirmou a economista para descrever o quadro dos lugares que as autoridades angolanas pretendem consagrar ao turismo.
Nesse caso, a abertura do país ao turismo com base nas medidas migratórias anunciadas pelas autoridades angolanas, vai funcionar como um desafio porque “se, efectivamente, começarem a vir pessoas, vai mobilizar o interesse a nível empresarial para fazer pequenas coisas”.
Laurinda Hoygaard recomenda, que ao invés de projectos “megalómanos”, as opções das empresas devem recair sobre pequenos negócios, mais à altura do capital disponível nas empresas e em mãos de uma base significativamente mais ampla de angolanos. “Muitas vezes, projectamos fazer projectos megalómanos, depois, esquecemos a pequena pensão, o pequeno serviço de café, o atendimento em geral”, e previu que a decisão tem o potencial de mobilizar as instituições públicas e privadas para acções que façam com que “a abertura dê resultados positivos para a nossa economia”.
O presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola, Ramiro Barreira, propõe uma ampla campanha publicitária em que Angola “venda” no exterior do país a sua imagem, como um grande destino turístico para a nível internacional se conhecer as potencialidades turísticas.
A mensagem deve ser simples e alinhada à humildade do povo angolano, apresentar Angola como “um país interessante para ser visitado”, uma tarefa que o empresário atribui aos ministérios da Hotelaria e Turismo e das Relações Exteriores, bem como às representações diplomáticas que devem participar em feiras e fóruns internacionais para mostrar que Angola é um destino turístico viável.
Internamente, colocamse desafios aos órgãos de defesa e segurança, que se devem ocupar com mais acuidade da imposição da lei e da ordem, mas também a elevação da qualidade da oferta de hotéis, táxis e transportes colectivos, saúde , educação e atendimento público.
O Governo permitiu na sexta-feira, que a entrada e permanência em Angola até 30 dias, vai deixar de obrigar à emissão de vistos em passaportes para cidadãos de quatro países africanos e um asiático, são ainda simplificados os procedimentos para 35 países, incluindo todos da União Europeia. A medida, anunciada pelo Ministério das Relações Exteriores para entrar em vigor a 30 de Março, aplica a isenção de vistos a cidadãos do Botswana, Ilhas Maurícias, Seicheles e Zimbabwe (África) e Singapura (Ásia).