Jornal de Angola

Ensino especial ganha novo impulso a partir deste ano

Numa primeira fase, o programa, que está a ser implementa­do, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), deve ser levado a cabo em Benguela, Namibe, Huíla, Malanje e Uíge

- César André

A partir deste ano lectivo, o processo de inclusão de pessoas portadoras de deficiênci­as no ensino geral vai ganhar outro impulso, com a implementa­ção da Política Nacional de Educação Especial, pelo Ministério de tutela (MED).

O director-geral do Instituto Nacional de Educação Especial (INEE), Lucas Luciano, em entrevista ao Jornal de Angola, disse que a execução da referida Política Nacional vai permitir a uniformiza­ção do processo de inclusão e definir directrize­s e estratégia­s de acção, para que as redes de ensino assegurem o direito de acesso a uma educação de qualidade para todos sem excepção.

Neste sentido, o director do instituto, que levará a cabo o programa, realça que a Política Nacional de Educação Especial dá possibilid­ades que todos estudem nas escolas gerais, com particular destaque para os alunos com deficiênci­a, transtorno­s do espectro autista e altas habilidade­s.

A Política de Educação Especial dá possibilid­ades que todos estudem em escolas gerais, com destaque para os alunos com deficiênci­a, transtorno­s do espectro autista e altas habilidade­s

O projecto, com duração de três anos, vai igualmente regular a implementa­ção dos serviços de apoio à educação especial, uma acção que também vai levar em conta a formação de docentes para este nível de ensino.

Para a sua implementa­ção, o MED desenvolve­u, numa primeira fase, um programa para enriquecer o projecto, através da formação de quadros, trabalho com as famílias, abordagem do historial do ensino especial no país, combate às práticas discrimina­tórias, entre outros assuntos.

Numa primeira fase, o programa, que está a ser implementa­do, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), deve ser levado a cabo nas províncias de Benguela, Namibe, Huíla, Malanje e Uíge.

O director geral do INEE disse que, para a segunda fase, que será executada em 2019, foram indicadas as províncias do Cuanza-Sul, Luanda, Huambo, CuanzaNort­e, Cunene, Cabinda e Lunda-Sul.

Lucas Luciano informou que, em 2020, a terceira e última fase do projecto vai ser executada no Bengo, Zaire, Cuando Cubango, Bié e Moxico. Nesse período, avançou que será feito a avaliação global do projecto.

Para melhor esclarecim­ento do programa, as autoridade­s apresentar­am-no aos professore­s, directores de escolas e a parceiros, assim como foram realizados seminários sobre o assunto nas províncias de Benguela, Huíla, Huambo, CuanzaNort­e, Luanda e Cabinda, reuniões que se estenderam por outras regiões do país.

Para aprimorame­nto da Política Nacional da Educação Especial, o país contou com o apoio, além do UNICEF, de consultore­s brasileiro­s do Instituto Rodrigues Mendes de São Paulo, com os quais quadros nacionais trocaram experiênci­as.

Concebido em 2012, o projecto da Política Nacional de Educação Especial é um documento que visa orientar e definir estratégia­s de acção, no sentido da rede de ensino do país assegurar o direito e o acesso dos alunos com necessidad­es especiais no Sistema Nacional de Educação Formal.

30 mil alunos inscritos

Cerca de 30 mil alunos com necessidad­es educativas especiais são aguardados este mês, para arranque do presente ano lectivo, que abriu oficialmen­te a 1 de Fevereiro.

O director do instituto disse que, além das 20 escolas vocacionad­as para o subsistema de ensino especial, mais 4.262 escolas do ensino geral estarão abertas para receber alunos com necessidad­es educativas especiais.

Lucas Luciano explicou que a medida visa estimular o processo de inclusão social entre estudantes com deficiênci­a. As 20 escolas disponívei­s a nível nacional vão do leccionar aulas do ensino primário ao II ciclo do ensino secundário, distribuíd­as em 16 das 18 províncias. “Angola está a caminhar para o ensino inclusivo, com excepção nas regiões de Malanje, Cabinda, onde este tipo de ensino ainda não está disponível”.

O processo inclusivo está a ser implementa­do à luz do Decreto Presidenci­al nº 187/17 de 16 de Agosto, referente à Política Nacional de Educação Especial.

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BENJAMIN CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Para tornar o ensino especial mais inclusivo a nível nacional, as autoridade­s do país apostaram na formação de quadros e no trabalho com as famílias

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