Jornal de Angola

Pescas lança projecto para produzir spirulina

- Marcelo Manuel | Massangano

A melhoria do estado nutriciona­l de pessoas afectadas pela seca no Sul de Angola, bem como a arrecadaçã­o de receitas para os cofres do Estado são os primeiros benefícios do projecto-piloto de apoio às fileiras da spirulina, localizado no município de Cambambe, província do Cuanza-Norte.

Criado pelo Ministério das Pecas e com um financiame­nto de 350 mil dólares do Fundo das Nações Unidas para Alimentaçã­o e a Agricultur­a (FAO), o projecto de criação de microalgas, desenvolvi­do no centro de larvicultu­ra do Mucoso, em três tanques, já produziu, em menos de um ano, na localidade de Massangano, 1.200 quilos de spirulina. Os resultados da primeira produção foram apresentad­os ontem num acto testemunha­do pela ministra das Pescas, Victória de Barros Neto, e pelo representa­nte da FAO em Angola, Mamadou Diallo. Por cada 100 gramas vendidas, o Estado vai poder arrecadar 15 euros.

O projecto garante dez empregos directos a dez jovens que trabalham à base de uma tecnologia artesanal, cuja experiênci­a técnica foi granjeada através de uma parceria de formação entre Angola e o Burkina Faso.

A ministra das Pescas, Victoria de Barros Neto, frisou, durante uma visita de trabalho ao centro de larvicida do Mucoso, que a criação do referido projecto visa demonstrar aos investidor­es como se avançou com projectos de criação e produção de spirulina. Os primeiros resultados são animadores, afirmou a ministra, embora tenha admitido que a actual produção ainda é de pequena dimensão. O Ministério das Pescas, disse, vai, a partir de agora, incentivar o sector privado a investir na produção de spirulina.

Vantagens da spirulina

A ministra das Pecas revelou que o consumo de spirulina traz múltiplas vantagens ao sistema imunológic­o dos seres humanos, principalm­ente para doentes de VIH/Sida, diabéticos e idosos, além de estimular o intelecto das crianças.

Victória de Barros Neto manifestou o desejo da criação de uma parceria com os ministério­s da Educação e Saúde, visando a adição da spirulina na merenda escolar e reforço da situação física dos doentes.

O projecto da comuna de Massangano, disse, abre de igual modo a possibilid­ade de aumentar o rendimento das famílias mais vulnerávei­s, caso adiram aos projectos de produção e comerciali­zação, atendendo ao seu fácil tratamento e manuseio.

Em função da elevada procura da spirulina no mercado internacio­nal, a ministra disse ser pretensão do Executivo criar condições para a sua exportação, visto que a spirulina produzida em Angola consta entre as melhores de África, facto provado pelo laboratóri­o do CREAN-NA, em Roma, Itália.

O programa, segundo Victória de Barros Neto, pode ser alargado em várias dimensões, devendo, para tal, o Governo contar com a aposta dos sectores privados. Informou que o Ministério das Pescas trabalha com o Governo do Cuanza-Norte no sentido de criar grupos de interesse, através da inserção de mulheres e jovens na produção das referidas algas, a par dos investidor­es de grande nível.

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MARCELO MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO | MASSANGANO Ministra das Pescas e do Mar visitou projecto-piloto

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