Somos mais cinco milhões
A população angolana deve chegar, até final deste ano, aos 30 milhões de habitantes, de acordo com as projecções do Instituto Nacional de Estatística (INE), o que representa quase cinco milhões a mais do que o número apurado durante o censo realizado há quatro anos.
O Recenseamento Geral da População e Habitação realizado de 16 a 31 de Maio apurou que a população angolana era, na altura, constituída por 25 milhões 789 mil e 24 habitantes, dos quais seis milhões 945 mil e 386 viviam na capital do país. Entretanto, as projecções indicam que só em Luanda o número de habitantes vai atingir os oito milhões, até fim do ano.
O director do I NE, Camilo Ceita, discursou no encerramento da acção de formação nacional do Inquérito sobre Despesas, Receitas e Emprego em Angola (IDREA).
“As projecções são práticas habituais e anuais. Apenas no próximo censo (em 2024), o INE vai fazer a reactualização das mesmas (projecções)”, declarou Camilo Ceita, salientando que as projecções para os indicadores económicos são aplicadas apenas para a população através dos censos.
O INE vai, no dia 5 do próximo mês, proceder em todo país ao Inquérito sobre Despesas, Receitas e Emprego em Angola. Camilo Ceita esclareceu que não se pode projectar sobre o IDREA, porque os indicadores económicos só f uncionam com os inquéritos, pois trata-se de uma situação real das condições de vida da população. Para a empreitada, disse, foram mobilizados 200 inquiridores e supervisores onde cada província vai contar com duas equipas, entre as quais um supervisor, quatro inquiridores, um cartógrafos e um motorista.
A excepção vai para Luanda que terá quatro equipas com a mesma composição. Depois de 13 meses, informou Camilo Ceita, são respondidas todas questões atinentes ao inquérito, que terá a duração de 12 meses.
O secretário de Estado do Planeamento disse que o Executivo defende a disposição de estatísticas económicas, s ociais abrangentes e de qualidade, enquanto instrumentos de suporte ao planeamento do desenvolvimento nacional para a formulação de políticas públicas e as decisões da acção governativa, entre outros fins.Manuel Neto da Costa afirmou que o inquérito vai responder a questões atinentes aos dados demográficos, rendimentos e outros aspectos relevantes aos níveis de vida, o que permitirá a actualização da cesta básica e do Índice de Preços do Consumidor, bem como a estimação do consumo dos agregados familiares, das contas nacionais e da produção de indicadores de pobreza monetária.
O inquérito, acrescentou, vai, igualmente, permitir a p r o dução de estatísticas oficiais sobre a força de trabalho nacional comparáveis ao nível regional e internacional, emprego, desemprego, ocupação e outros ramos de actividades.
Manuel Neto da Costa disse que a informação é fundamental para a elaboração de políticas sectoriais de desenvolvimento, para as contas nacionais e para a avaliação das flutuações do mercado de trabalho.