Fibra óptica liga Angola e América
O SACS foi desenvolvido para atender a crescente procura de dados que envolvem serviços de “streaming”, constante produção de conteúdos e o avanço da “Internet das Coisas”
O cabo de fibra óptica submarino de telecomunicações South Atlantic Cables System (SACS), da Angola Cables, que liga Angola ao continente americano, chegou ontem ao porto do Pecém, em Fortaleza, no Brasil, concluindo uma viagem de 6.300 quilómetros, partindo de Sangano, arredores de Luanda. O SACS foi desenvolvido para atender à crescente procura de dados que envolvem serviços de streaming, constante produção de conteúdos e o avanço da Internet das Coisas. Com o cabo submarino aumenta a velocidade da Internet.
O cabo de fibra óptica submarino de telecomunicações “South Atlantic Cables System” (SACS), da Angola Cables, que liga Angola ao continente americano, chegou ontem ao porto do Pecém, na cidade brasileira de Fortaleza, Salvador da Bahia, concluindo assim uma viagem de 6.300 quilómetros desde a localidade de Sangano, em Cabo Ledo (Luanda).
O projecto do Governo angolano, em parceria com a empresa Angola Cables, o consórcio responsável pela obra, levou dois meses para ser instalado em alto-mar, envolvendo participação de engenheiros, profissionais de Tecnologias de Informação e mergulhadores profissionais para a fixação do sistema com segurança.
Agora, o processo será de aterramento do cabo, instalação na “landing station” e a realização de testes. Depois, será interligado o Centro de Dados (Data Center) na capital do Ceará, que a Angola Cables diz estar em “fase adiantada de construção”. A previsão é que o início das operações do SACS continue a ser o primeiro semestre deste ano.
Além da chegada do SACS à Fortaleza, a Angola Cables também celebrou a assinatura de um memorando de entendimentos para cooperação com o Governo do Ceará, para viabilizar a infra- estrutura que interligará o Data Center de Fortaleza ao complexo industrial do Pecém, permitindo o desenvolvimento regional no campo das telecomunicações.
O cabo é construído pela japonesa NEC e possui capa- cidade de pelo menos 40 Tbps. A Angola Cables afirma que é o primeiro a ser instalado no Atlântico Sul, ligando a África ao continente sul-americano.
“A partir de agora, o Brasil e Angola estarão a oferecer ao mundo uma rota alternativa de acesso aos Estados Unidos, um dos maiores produtores de todo o tipo de conteúdos globais, mas também à Ásia, uma das maiores regiões demográficas do planeta”, explicou em comunicado o responsável da Angola Cables, António Nunes.
Para o governador do Ceará, Camilo Santana, o cabo submarino promete inserir o Estado na área de atracção de novos investimentos. “Por conta da nossa vocação e localização geográfica, seremos um grande centro de oportunidades de negócios para o cearense, que através das ‘start ups’ e dos ‘ s oftwares’ poderão fazer negócios com um novo mercado, o africano, mas também se ligar ao mundo inteiro”, referiu Camilo Santana.
O vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan, também celebrou a conquista do Estado. “Hoje, o potencial tecnológico de Fortaleza e do Ceará se abre para toda a África. Nós temos uma capacidade de criação de ‘softwares’ impressionante no nosso parque universitário e com a abertura desse novo centro tecnológico para a África, Europa e Ásia, estaremos a fazer uma verdadeira vitrine mundial do produto cearense de softwares”, rematou.
“A partir de agora, Brasil e Angola estarão a oferecer ao mundo uma rota alternativa de acesso aos Estados Unidos, um dos maiores produtores de todo o tipo de conteúdos globais, mas também à Ásia, uma das maiores regiões demográficas do planeta”
O SACS foi desenvolvido para atender a crescente procura de dados que envolvem serviços de “streaming”, constante produção de conteúdos e o avanço da “Internet das Coisas”. Entre os benefícios do cabo submarino estão a redução de custos e o aumento da velocidade de transmissão de dados.