Reajustamentos de percurso
Após a Independência não demoramos a perceber que o nosso país é grande. Foram muitos os caminhos e picadas que percorremos e cuidamos dos dibutes, nem todos estavam capazes para andar sobre picos. São feridas que ainda não sararam de todo para alguns, mas hoje, em troca temos mais por onde caminhar e apercebemo-nos dos desvios e bifurcações. Nesse processo as novas gerações foram as mais penalizadas. Tudo isto é já do foro comum, mas no entanto, há aqui e ali lapsos de memória que não podem ocorrer, sobretudo entre aqueles que de uma ou de outra maneira permitiram que os meios de capital e outras riquezas seguissem para ínvios destinos. As feridas estão a curar-se muito lentamente e para isso fomos andando por aí mas nem sempre andamos de braço dado. As crianças de rua e os desempregados normalmente cheiram mal.
Tenho para mim, que um percurso concebido em conjunto, prevê o essencial para durar e não se esburaca de um dia para o outro, como está a acontecer com as nossas estradas. Aliás, e en passant, há quem defenda que o Estado devia ser ressarcido dos prejuízos, por aqueles que directa ou indirectamente se imiscuíram nos trabalhos de reabilitação das estradas.
Os reajustamentos de planos e processos serão inevitáveis porque necessários e vitais em certos contextos.
Depois das últimas eleições, virão outras, as eleições nas autarquias. Serão nelas que se vai governar o país, de facto. O percurso foi previamente traçado, para atingir outros objectivos e a nova classe beneficiaria dos reajustamentos, não parece disponível para arriscar, sem garantias sólidas. Nesse sentido e pelo que temos observado, tenta-se apaziguar todo o mundo. Não é facial e a Oposição não se convence. Relembram muito significativamente a teoria do líder, que obviamente não é inocente. Ele não pode ser santo. De facto, é um bico-deobra tentar transformar um General que fez a guerra de Libertação, em santo de um dia para outro! Porém, sabe-se pelas nossas canções populares que “ora essa, mangolé não se vira…” A tranquilidade de que usufruímos, não é fictícia. Recebemo-la do anterior Governo ao do General, João Lourenço, um país com dívidas é certo, mas que também ostenta uma Vitória, de que o Mundo se sentiu obrigado a reconhecer e respeitar.
Estou certo de algumas convicções e que na hora do “vamos ver”, o MPLA e o Presidente da República Eleito, estarão juntos. Fazem parte da mesma família extensa, e têm que estar obrigatoriamente nos mesmos Kombas.
Tenho para mim, que um percurso concebido em conjunto, prevê o essencial para durar e não se esburaca de um dia para o outro, como está a acontecer com as nossas estradas.