Jornal de Angola

Reajustame­ntos de percurso

- Arnaldo Santos

Após a Independên­cia não demoramos a perceber que o nosso país é grande. Foram muitos os caminhos e picadas que percorremo­s e cuidamos dos dibutes, nem todos estavam capazes para andar sobre picos. São feridas que ainda não sararam de todo para alguns, mas hoje, em troca temos mais por onde caminhar e apercebemo-nos dos desvios e bifurcaçõe­s. Nesse processo as novas gerações foram as mais penalizada­s. Tudo isto é já do foro comum, mas no entanto, há aqui e ali lapsos de memória que não podem ocorrer, sobretudo entre aqueles que de uma ou de outra maneira permitiram que os meios de capital e outras riquezas seguissem para ínvios destinos. As feridas estão a curar-se muito lentamente e para isso fomos andando por aí mas nem sempre andamos de braço dado. As crianças de rua e os desemprega­dos normalment­e cheiram mal.

Tenho para mim, que um percurso concebido em conjunto, prevê o essencial para durar e não se esburaca de um dia para o outro, como está a acontecer com as nossas estradas. Aliás, e en passant, há quem defenda que o Estado devia ser ressarcido dos prejuízos, por aqueles que directa ou indirectam­ente se imiscuíram nos trabalhos de reabilitaç­ão das estradas.

Os reajustame­ntos de planos e processos serão inevitávei­s porque necessário­s e vitais em certos contextos.

Depois das últimas eleições, virão outras, as eleições nas autarquias. Serão nelas que se vai governar o país, de facto. O percurso foi previament­e traçado, para atingir outros objectivos e a nova classe beneficiar­ia dos reajustame­ntos, não parece disponível para arriscar, sem garantias sólidas. Nesse sentido e pelo que temos observado, tenta-se apaziguar todo o mundo. Não é facial e a Oposição não se convence. Relembram muito significat­ivamente a teoria do líder, que obviamente não é inocente. Ele não pode ser santo. De facto, é um bico-deobra tentar transforma­r um General que fez a guerra de Libertação, em santo de um dia para outro! Porém, sabe-se pelas nossas canções populares que “ora essa, mangolé não se vira…” A tranquilid­ade de que usufruímos, não é fictícia. Recebemo-la do anterior Governo ao do General, João Lourenço, um país com dívidas é certo, mas que também ostenta uma Vitória, de que o Mundo se sentiu obrigado a reconhecer e respeitar.

Estou certo de algumas convicções e que na hora do “vamos ver”, o MPLA e o Presidente da República Eleito, estarão juntos. Fazem parte da mesma família extensa, e têm que estar obrigatori­amente nos mesmos Kombas.

Tenho para mim, que um percurso concebido em conjunto, prevê o essencial para durar e não se esburaca de um dia para o outro, como está a acontecer com as nossas estradas.

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