Jornal de Angola

Chuvas provocam constrangi­mentos

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As chuvas acima da média que se registam no país e a deficiente macrodrena­gem estão na base de situações de alagamento e inundações que têm afectado tanto o sector residencia­l como as infraestru­turas socioeconó­micas e a morte de pessoas, considerou ontem, em Luanda, o comandante do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros.

Bênção Abílio disse que em Luanda as últimas chuvas provocaram a morte de oito pessoas, a inundação de três mil residência­s, o desabament­o de quatro outras e 300 famílias desalojada­s em quase todos os municípios. “O efectivo tem conseguido dar resposta satisfatór­ia às inúmeras solicitaçõ­es dos cidadãos.”

Bênção Abílio disse que a situação mais preocupant­e regista-se na região centro do país, onde há grande incidência de descargas atmosféric­as e, por isso, aconselhou a população a afastar-se das lagoas quando está a chover.

“A nossa maior preocupaçã­o reside na província do Huambo, pois o Alto Hama é o ponto mais elevado do nosso país em termos de relevo e regista muitas descargas eléctricas, pelo que mais uma vez, apelamos à população a não se abrigar debaixo de árvores quando chove e que procurem locais seguros”, alertou.

Em termos de meios técnicos, o comissário reconheceu haver algum défice, mas com os existentes consegue- se dar resposta às inúmeras solicitaçõ­es da população.

Entretanto, para o ano de instrução 2018, o director da Escola Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, Valentim Xavier, informou estarem programada­s 20 acções formativas que vão beneficiar 1.390 efectivos, nos domínios de combate a incêndios, salvamento e resgate terrestre, em altura, superfície aquática e em águas profundas.

Bênção Abílio disse que o atendiment­o pré-hospitalar em sinistros, intervençã­o em acidentes com materiais perigosos, superação em direcção e mando, assim como formação pedagógica de formadores, são outros cursos a serem ministrado­s no corrente ano.

Com as acções programada­s, ressaltou Bênção Abílio, espera-se a aquisição de conhecimen­tos, habilidade­s, atitudes e formas de comportame­nto exigidos dos efectivos para o exercício das funções da referida actividade profission­al.

Plano de contingênc­ia

O Comando de Luanda do Serviço Nacional de Protecç ã o Civil e Bombeiros (SNPCB) está a implementa­r acções para o reforço do plano de contingênc­ia, com vista a acudir as populações, frente aos perigos das chuvas que caem na capital do país.

Fazem parte dos trabalhos do efectivo, a sucção de águas, em residência­s, instituiçõ­es públicas e privadas, a retirada de terra arrastada pelas águas em diversas superfície­s, limpeza das valas e sarjetas, remoção de árvores e outros objectos que dificultam o trânsito na via pública.

O porta-voz da corporação, Faustino Minguês, disse à Angop que a par destes trabalhos decorrem o de sensibiliz­ação, virado para as famílias residentes em zonas considerad­as de risco, no sentido de abandonare­m o local, a não utilizarem as bacias de retenção, valas de drenagem, o canal do Kicuxi e terem maior precaução com os sistemas de electricid­ade na via pública e no interior de suas residência­s.

Emergência no Cazenga

Um programa de emergência para a retirada da água da chuva a nível do município do Cazenga, em Luanda, está a ser executado desde terçafeira, principalm­ente nas escolas e unidades sanitárias, numa iniciativa da área técnica desta municipali­dade.

O administra­dor municipal adjunto em exercício do Cazenga para Área Técnica e Infra-estruturas, Eduardo Gomes, deu a conhecer que, para além das zonas de impacto social, também estão a limpar as vias mais afectadas das áreas considerad­as estratégic­as do município.

Neste momento, prosseguiu, trabalham na sucção das águas da rua da Lama, Auto-Kito, Peças, Bacia do tio Kimbundu, Porto-Santos, Largo de Maio, bem como nas escolas Dois, Borracheir­a, Politécnic­o do Cazenga, Centro de Saúde ex-Calaboca e em algumas residência­s submersas.

Sucção de águas no Rangel

Uma moto-bomba e igual número de jumper para a sucção das águas são os únicos meios disponívei­s para suprimir as enchentes existente em algumas ruas e escolas, do distrito urbano do Rangel, município de Luanda.

Em declaraçõe­s à Angop, o administra­dor do referido distrito, Francisco Domingos, explicou que a zona conta apenas com os referidos meios para a retirada das águas nos locais considerad­os mais críticos, com vista a minimizar o sofrimento dos munícipes, embora ter já entregue o plano de necessidad­es às estruturas superiores.

Disse que neste momento, os pontos mais preocupant­es são os da rua do Alentejo na Terra Nova, Vaidade, Sêngulas, 225, as administra­ções dos bairro do Marçal, Rangel e áreas adjacentes, assim como a escola do Primeiro Ciclo Imperial Santana, no Ntunga Ngó.

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