Angola quer adoptar novas normas
Introdução de novos padrões para os equipamentos vai permitir ao país implantar um mercado melhor regulado e obter resultados positivos do investimento, disse o director-geral do Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (IANORQ)
As autoridades adoptam, nos próximos tempos, normas internacionais para regular os sectores das tecnologias eléctricas, electrónicas e conexas, com vista a melhorar o acesso à electricidade e assegurar o uso dos equipamentos no país, noticiou ontem a Angop.
O director-geral do Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (IANORQ), Laurentino Canga, anunciou que uma Comissão Nacional de Electrotécnica está em vias de ser instituída, para negociar a adopção das normas com a Comissão Internacional Electrotécnica (IEC - sigla inglesa).
Em declarações à Angop, no final de um seminário sobre normas do sector eléctrico realizado em Luanda, no quadro da visita a Angola de representantes africanos da IEC, o responsável referiu que as normas a adoptar devem adequar-se à realidade do país e ao Plano Nacional de Desenvolvimento.
Laurentino Canga informou que, no seminário, Angola foi convidada pela IEC a adoptar as primeiras 200 normas para regular o sector eléctrico no país e alcançar a categoria de membro efectivo da organização internacional que lidera a preparação e publicação de normas internacionais para regulação da electrotécnica e electrotecnologia.
“Com este desafio, a partir do momento em que Angola adoptar um número superior a 50 normas, vai atingir a categoria de membro efectivo da IEC, deixando a de membro filial”, acrescentou.
A adopção das normas, prevê o director-geral do IANORQ, vai permitir a Angola ter um mercado mais regulado e obter resultados positivos do investimento.
A nível interno, o IANORQ vai começar a desenvolver normas de electrotécnica, quando preencher a lacuna existente na Comissão Técnica Nº16 - encarregue da produção dessa legislação -, que precisa de um especialista nesse domínio para liderar com brio essa comissão.
Além da dificuldade que se tem na eleição de um presidente para liderar a Comissão Técnica, o IANORQ debatese com o problema da falta de disponibilidade de especialistas para integrar outros órgãos do género, um trabalho que tem como premissa o voluntariado, espírito de sacrifício e a gratuidade.
Apesar destas dificuldades, o IANORQ tem alcançado resultados positivos, de acordo com Laurentino Canga, fruto do engajamento dos quadros e parceiros, tendo criado, desde 2013, cerca de 16 comissões técnicas que têm trabalhado na normalização dos diversos sectores.
O director-geral considerou o seminário “proveitoso”, por permitir uma interacção directa entre especialistas nacionais e a IEC, facto que poderá ajudar a impulsionar o investimento público direccionado ao sector da energia e águas no país. Mercado continental A taxa de acesso à electricidade na África Subsaariana é de 24 por cento da população, muito abaixo da de 100 por cento nos países desenvolvidos, declarou a directora regional da IEC para África, Evah Oduor.
O défice energético em África, em parte responsável pelos fracos índices de acesso à energia no continente, deve-se ao alto custo que envolve este sector, pois cerca de 93 por cento dos recursos para produção de electricidade não são explorados, considera Evah Odour.
Para dar uma solução a este problema, avançou, é necessário que os países africanos adoptem soluções modernas e trabalhem de forma conjunta para aumentar o índice de electrificação do continente, onde maior parte da população rural não tem energia eléctrica.
Afirmou que a adopção das normas internacionais que regulam o sector eléctrico vai permitir aos países terem maior segurança e garantir qualidade nos equipamentos eléctricos, porque são estas normas que vão orientar os consumidores na aquisição desse material.
Ao falar sobre a importância e as acções da IEC, o representante deste organismo em África, François Ahoti, manifestou a total disponibilidade da organização em cooperar com Angola para adopção das novas normas internacionais, com vista a melhorar o défice energético do país.
O seminário sobre normas foi realizado no quadro de iniciativas para criar maior aproximação entre a organização internacional e os países africanos e contou com a participação de quadros e outros representantes dos ministérios da Indústria e Energia e Águas.
O IANORQ é uma instituição pública responsável pela execução da política do Governo no domínio da promoção, organização e desenvolvimento do Sistema Angolano de Qualidade, bem como pelo asseguramento da realização da política nacional de qualidade.
A IEC, fundada em 1906, fornece uma plataforma a empresas, indústrias e governos para desenvolver padrões internacionais, tendo 62 membros efectivos e 22 filiais.
A partir do momento em que Angola adoptar um número superior a 50 normas, atinge a categoria de membro efectivo da IEC