Sobe para quatro número de mortos
Pelo menos quatro pessoas morreram após os protestos de domingo contra o Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Joseph Kabila, marcados por fortes confrontos com a Polícia, refere o último balanço divulgado segunda-feira pelos grupos católicos que organizaram as manifestações.
Fontes da Igreja Católica disseram à Agência EFE que uma das mortes aconteceu na capital, Kinshasa, outra na província do Alto Uele e duas na região nordeste do país. No entanto, a versão da Polícia, fornecida pelo seu porta-voz, o coronel Mwana Mputu, reduz o balanço para dois mortos e quatro feridos em Kinshasa.
Por sua vez, a missão da ONU na RDC, a MONUSCO, falou em dois mortos, 47 feridos e centenas de detidos.
A marcha dos católicos foi apoiada por vários grupos da sociedade civil, apesar da oposição do Governo, que se negou a autorizar as manifestações. Em localidades como Lubumbashi, Kisangani e Kalamu, houve repressão com uso da força e de gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, segundo a emissora da ONU no país, “Radio Okapi”.
Kinshasa amanheceu com uma forte presença policial e militar e foi palco de momentos de muita tensão, como no cerco por parte das forças de segurança a igrejas nas quais estavam os manifestantes. Além disso, os serviços de Internet e mensagens telefónicas foram bloqueados na capital.
Esta foi a terceira grande manifestação organizada pelo Comité de Coordenação de Leigos (CLC), um colectivo de intelectuais próximos da Igreja Católica, que pede ao Presidente Kabila para anunciar publicamente que não será candidato nas eleições agendadas para 23 Dezembro. A polícia definiu como objectivo “mortes zero” para este terceiro protesto.
As duas manifestações anteriores, que ocorreram a 31 de Dezembro e a 21 de Janeiro, causaram cerca de 15 mortos, de acordo com a Igreja Católica.