“Marcação da data das eleições autárquicas depende de legislação específica”
Isso revela uma preocupante fragilidade da oposição, sobretudo a UNITA, e uma ausência de estratégia sobre o dossier autarquias. A oposição parece estar mais preocupada com o que o Executivo diz do que como provar que tem estratégia. Isso está evidente numa série de pronunciamentos que têm sido feitos pela oposição quanto à data. Veja que, em Julho do ano passado, o presidente da UNITA manifestou a vontade de ter eleições autárquicas um ano depois das eleições gerais de 2017. Em Janeiro deste ano, o presidente da UNITA já disse que queria eleições autárquicas em 2020. É a mesma pessoa que, num período de seis meses, revela uma contradição. Mas aceitemos a última manifestação de vontade feita. O vice-presidente da UNITA, Raul Danda, em sentido contrário, defendeu autárquicas em 2019. O presidente do grupo parlamentar do mesmo partido, Adalberto Costa Júnior, avançou que as eleições autárquicas deviam ser em 2019 ou 2020. Tudo isso revela que a UNITA ainda não tem uma estratégia definida para o processo. Parece que a UNITA tem dificuldades em fazer a gestão da sua própria agenda, e, numa tentativa de escamotear esta verdade, lança farpas ao Executivo de forma populista. Acho que a UNITA devia fazer bem o seu trabalho de casa.
Como acha que deve ser encontrada a data para as autárquicas?
Acho que tudo depende de qual vai ser o posicionamento do Conselho da República sobre este assunto, até porque não temos ainda legislação sobre marcação ou convocação das eleições autárquicas. Ainda não podemos marcar eleições locais porque não há lei para o efeito. Creio que o Presidente da República pretende encontrar uma base de consenso sobre o assunto e dar os passos seguintes, como encontrar o ano ideal ou dois anos que podem ser alternativos. Claro que se for encontrado um ano de referência isso ajuda na preparação do processo.