27 de Julho proposto Dia da Palanca
Parque da Cangandala e a Reserva Integral do Luando carecem de algumas intervenções de melhoramento
A ministra do Ambiente, Paula Francisco Coelho, propôs ontem, em Luanda, o 27 de Julho como o Dia Nacional da Palanca Negra Gigante, com base no Programa de Conservação desta espécie em risco de extinção.
O Ministério do Ambiente propõe o dia 27 de Julho como o Dia Nacional da Palanca Negra Gigante, com base no Programa de Conservação desta espécie rara. A intenção foi manifestada ontem, em Luanda, pela titular da pasta pasta Paula Francisco Coelho.
Ao falar durante o seminário sobre o Programa de Protecção da Palanca Negra Gigante, a ministra do Ambiente disse que a proposta se enquadra no Programa de Conservação da Palanca Negra Gigante e surge pelo facto de ter sido no dia 27 de Julho de 2009 que foram apresentados os resultados da primeira expedição de recuperação do animal em Angola.
Paula Francisco Coelho garantiu que, dentre as várias acções, o Executivo, em particular o Ministério do Ambiente, está empenhado em redimensionar e reestruturar as áreas de conservação para que, a partir do próximo ano, Angola reúna melhores condições turísticas nestas zonas. “É nestas zonas onde estão localizadas o acervo da Palanca Negra Gigante. Queremos ver cada vez mais turistas a visitarem o nosso país e que se interessam em conhecer este nosso grande símbolo natural”.
A ministra citou o Parque Nacional da Cangandala, em Malanje, e a Reserva Integral do Luando, no Bié, como zonas que carecem de algumas intervenções de melhoramento das suas infra-estruturas. Sublinhou que é importante o reforço da fiscalização, capacitação e formação, gestão, a melhoria das infraestruturas dos pontos de água dos animais, assim como a identificação de um aldeamento do interior do Parque Nacional da Cangandala.
Referiu ser estas acções em curso no âmbito do Programa de Conservação e Protecção e apelo os governos das províncias de Malanje e Bié a prestar uma maior atenção as áreas de conservação da Palanca. “Dentro da Convenção do Comércio das Espécies Ameaçadas de Extinção, todo cuidado é pouco, os números vão se incrementando”.
“No que se refere à maior divulgação da “herança” nacional, que é a Palanca Negra Gigante, o Ministério do Ambiente rubricou um acordo com a Federação Angolana de Futebol (FAF), com vista a angariar fundos destinados a conservação do animal, disseminar e atrair o ecoturismo aos parques”, disse.
O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso, disse que, apesar dos resultados animadores dos trabalhos realizados em prol da conservação da Palanca Negra Gigante, ainda assim, não se atingiu um estágio de não retrocesso relativamente aos riscos de extinção desta espécie.
Frederico Cardoso considera que para uma maior conservação e protecção do animal é necessário envolver os cidadãos, os frequentadores das áreas de conservação para o reforço e protecção da espécie. Disse ainda ser importante gerar informação prioritária e manter uma atitude de permanente abertura para o acolhimento de iniciativas nacionais e internacionais, que visem a protecção da Palanca Negra Gigante.
Por Decreto Presidencial foi criado o Comité Executivo para o Acompanhamento e Reforço da Implementação das Medidas de Protecção e Conservação da Palanca Negra Gigante, que tem como missão a articulação multissectorial ao controlo das áreas de protecção ambiental.
Situação actual
O ambientalista Vaz Pinto, da Fundação Kissama, disse que a situação da Palanca Negra Gigante está em franco progresso e disse que há uma grande recuperação comparativamente há dez anos. “Temos razões para sermos optimistas”.
Segundo o especialista, a Reserva Natural do Luando, onde está a maior população animal, ainda se assiste à problemática do combate à caça furtiva.
O Executivo e o Ministério do Ambiente está empenhado em redimensionar e reestruturar as áreas de conservação para que Angola reúna melhores condições turísticas