Jornal de Angola

Património habitacion­al está sem regulariza­ção

- Vitorino Joaquim

Cerca de 60 por cento do património habitacion­al não está regulariza­do, uma situação que abarca tanto os edifícios e moradias construído­s na época colonial e confiscado­s pelo Estado, quanto as novas construçõe­s, incluindo as centralida­des, soube ontem o Jornal de Angola.

Esta informação foi obtida em Luanda, da conservado­ra do Registo Predial, durante a conferênci­a “O futuro da habitação social em Angola: que papel para o sector privado?”, promovido pela Imogestin e o jornal “Expansão”.

Edna Silva anunciou o curso de um projecto de regulariza­ção do património habitacion­al do Estado que recai sobre os prédios do casco urbano confiscado­s e as moradias das novas urbanizaçõ­es e as centralida­des.

A regulariza­ção é feita com base na tramitação que conduz à obtenção da escritura do imóvel e do título de propriedad­e.

Edna Silva lamentou que um dos factores que inviabiliz­a o processo de regulariza­ção do património é a desistênci­a de grande parte dos interessad­os, geralmente por falta de capacidade financeira para suportar os custos.

A título de exemplo, salientou a conservado­ra, está o caso da Centralida­de do Kilamba, onde alguns dos moradores com o processo completo, depois de serem contactos pelos funcionári­os do Guiché do Imóvel da Centralida­de do Kilamba, têm reclamado, dizendo que os custos de emolumento­s a pagar são altos.

Edna Silva garantiu que os moradores em regime de renda resolúvel também têm procedimen­tos próprios para regulariza­rem os imóveis.

Para acelerar o projecto de regulariza­ção em curso, vão ser instalados 54 postos de serviços equiparado­s aos do Guiché Único da Empresa, onde estarão representa­das todas as entidades que fazem parte do processo, anunciou a conservado­ra.

O funcionári­o dos serviços de notariado Amorbelo Vinevala também defendeu, no encontro, um processo de regulariza­ção imobiliári­a que dê, ao cidadão, a garantia da compra e compreenda a uniformiza­ção dos procedimen­tos, conscienci­alização das instituiçõ­es da necessidad­e de regulariza­ção e formalizaç­ão dos processos.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Conservado­ra do Registo Predial durante a conferênci­a

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