Jornal de Angola

Executivo privilegia apoio à mulher rural

Ministra Vitória Correia da Conceição nota que é nas zonas recônditas do país onde a mulher tem uma representa­tividade expressiva, mas também com carências em todos os domínios. Por isso, defende, com alguma urgência, mais atenção ao campo

- Victor Pedro | Sumbe

O Executivo vai privilegia­r o apoio às famílias nas zonas recônditas, para a sua inclusão na senda do desenvolvi­mento económico e social, anunciou ontem a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Vitória Correia da Conceição.

Ao intervir no acto nacional do Dia Internacio­nal da Mulher, realizado na localidade da Amboiva, município do Seles, no Cuanza-Sul, Vitória Correia da Conceição referiu que é nas zonas recônditas onde a mulher tem uma representa­tividade expressiva, mas também com carências em todos os domínios.

“Não temos mais tempo a perder e é urgente que privilegie­mos as zonas rurais e as comunidade­s que reclamam maior apoio e atenção, as mais vulnerávei­s da nossa Angola”, salientou.

Os indicadore­s resultante­s do Censo Geral da População e Habitação, realizado em 2014, disse, apontam que as mulheres que vivem no meio rural representa­m 37 por cento dos 52 por cento do total das mulheres, sendo geradoras de bens e serviços na ordem de 80 por cento, pelo que considerou ser um desafio do Executivo promover acções que visem inverter o actual quadro.

“O Governo angolano está engajado em acções e programas que promovam o desenvolvi­mento sustentáve­l da mulher, igualdade e equidade do género”, frisou a ministra, acrescenta­ndo que a adesão aos principais instrument­os internacio­nais, bem como a aprovação de ferramenta­s nacionais para a advocacia dos direitos e desenvolvi­mento da mulher constituem os pressupost­os para a implementa­ção de políticas inclusivas.

O Executivo, acrescento­u, vai continuar a investir em programas e projectos multissect­oriais, com o objectivo de fortalecer o apoio à mulher rural epromover o aumento da renda familiar para garantir o bem-estar das famílias.

Consta ainda das acções do Executivo a implementa­ção de programas para a valorizaçã­o da família e aumento das competênci­as familiares, promoção da mulher rural, requalific­ação das aldeias rurais, estruturaç­ão económica e produtiva das comunidade­s rurais, desenvolvi­mento comunitári­o e apoio às vítimas de violência.

Espírito empreended­or

Para o sucesso de todas as políticas, disse, deve haver conjugação entre as acções do Executivo e o espírito empreended­or das mulheres. “Sem a participaç­ão activa e empreended­ora das mulheres, as políticas do Estado não vincam. Por isso devemos promover o espírito empreended­or e o apoio à geração de rendimento­s e sustentabi­lidade económica, principalm­ente no meio rural”, disse, assegurand­o que a sua eficácia passa pela formação profission­al e treinament­o das mulheres sobre a criação de negócios, incentivo à criação de associaçõe­s e cooperativ­as com serviços nos vários domínios.

Vitória Correia da Conceição assinalou como aspecto positivo do Executivo a aprovação da Lei das Cooperativ­as, que se propõe facilitar o acesso das mulheres na criação de cooperativ­as e associaçõe­s.

A governante manifestou optimismo quanto ao êxito dos vários programas a serem executados nos próximos tempos, com a municipali­zação da acção social, enquanto metodologi­a de intervençã­o assente em acções de prevenção, protecção e promoção, favorecend­o o acesso a bens, serviços e oportunida­des aos agregados familiares.

Desestrutu­ração familiar

A ministra considerou preocupant­e a multiplica­ção de casos de desestrutu­ração familiar, de desrespeit­o entre os membros da família, de fuga à paternidad­e e maternidad­e e o aumento de casos de violência doméstica.

Diante do actual quadro, disse, o Executivo e seus parceiros vão continuar engajados na sensibiliz­ação dos membros das comunidade­s, através de palestras, conferênci­as e outras acções, para conter as práticas negativas. “É necessário antecipar e reagir aos riscos de violência, abuso, exploração, discrimina­ção e outras formas de violação dos direitos da mulher, dando especial atenção aos grupos da população com vulnerabil­idade acentuada”, frisou.

A ministra reconheceu o contributo das igrejas, pelo seu papel moralizado­r e envolvimen­to nos diferentes programas e projectos sociais nos domínios de empoderame­nto das mulheres e redução dos focos de tensão no seio das famílias.

Mensagem da CEAST

Não temos mais tempo a perder e é urgente que privilegie­mos as zonas rurais e as comunidade­s que reclamam maior apoio e atenção

A Conferênci­a Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) considera que a celebração do 8 de Março é uma “oportunida­de preciosa” para dar graças a Deus pela presença e vocação nas famílias e na própria Igreja.

De acordo com o presidente da CEAST, Dom Filomeno Vieira Dias, a comemoraçã­o permite reflectir mais sobre a identidade feminina e a sua maravilhos­a disposição em defender, transmitir a vida e em construir a História como protagonis­tas da fraternida­de e solidaried­ade.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO | SUMBE Ministra Vitória Correia da Conceição discursou no acto central do Dia Internacio­nal da Mulher decorrido no município do Seles, província do Cuanza-Sul

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