Paquistão e Índia trocam prisioneiros
Os Governos do Paquistão e da Índia acertaram a troca de prisioneiros de mais de 70 anos, mulheres e pessoas deficientes, acordo feito num momento em que ambos países vivem uma tensa relação, com um aumento no número de violações do cessar-fogo na fronteira comum.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Khawaja Asif, disse esperar que estas iniciativas ajudem ambos os países a iniciarem um diálogo amplo.
Asif afirmou também que espera que o acordo ajude nos esforços para amenizar a situação na “Linha de Controlo” fronteiriça na disputada região da Caxemira.
O acordo estabelece a troca de prisioneiros de mais de 70 anos, mulheres e pessoas deficientes, e visitas para examinar esses últimos para a sua repatriação.
Além disso, os dois países decidiram restabelecer o Comité Judiciário Conjunto, um mecanismo formado por juízes para investigar a situação dos prisioneiros, especialmente pescadores, que se estabeleceu em 2007 e está inactivo desde 2013.
Asif propôs que a troca de prisioneiros se estenda aos maiores de 60 anos e aos menores de 18. Em Julho, Paquistão e Índia trocaram listas de prisioneiros, com 546 paquistaneses em prisões indianas, 52 delas civis e 494 pescadores.
O acordo chega num momento de contínuas violações do cessar-fogo na sua fronteira da Caxemira, em máximos históricos desde a sua implantação em 2003.
Segundo Islamabad, a Índia violou o cessar-fogo mais de 1.900 vezes em 2017, o que causou a morte de mais de 50 civis. Em 2018, foram mais de 400 violações, com 19 civis mortos.
O Governo de Nova Delhi, por sua parte, acusou o Paquistão de ter perpetrado 860 violações ao cessar-fogo na fronteira da Caxemira durante 2017, incidentes nos quais 31 pessoas morreram e 151 ficaram feridas.
Ambos os países disputam a Caxemira desde a partilha do subcontinente com a retirada do Império Britânico, em 1947, e travaram duas guerras e vários conflitos pela região.