Jornal de Angola

Atrasos salariais levam à exoneração do director

O ex-responsáve­l da instituiçã­o deixa fardo pesado de um ano sem pagamento de salários e subsídios

- Rodrigues Cambala

A Casa da Juventude de Viana é dirigida, desde o início desta semana, por Telma Domingos da Costa, que substitui Sérgio José, exonerado pela ministra da Juventude e Desportos, por alegada má gestão das verbas arrecadada­s pela instituiçã­o e que provocou o atraso salarial de um ano dos trabalhado­res.

São no total 25 trabalhado­res e colaborado­res da Casa da Juventude, dentre formadores, empregados de limpeza e pessoal da segurança, que continuam sem os salários do ano passado.

O Jornal de Angola reportou e publicou em três edições, no período de Dezembro a Fevereiro, sobre os problemas que a Casa da Juventude de Viana enfrenta, nomeadamen­te a insatisfaç­ão dos trabalhado­res, que disseram viver dias difíceis sem justificaç­ão, uma vez que os formandos do centro pagam propinas com regularida­de.

Os trabalhado­res informaram que, além do centro de formação, o auditório, a quadra-polidespor­tiva e outros espaços são arrendados, mas ainda assim os ordenados atrasavam e a direcção não dava qualquer justificaç­ão.

O formador Maurício Rodrigues lembrou que, depois de o Jornal de Angola ter publicado uma notícia referente ao problema, a ministra da Juventude e Desportos mandou instaurar uma auditoria à gestão da Casa da Juventude de Viana.

Maurício Rodrigues disse que os salários dos meses de Janeiro e Fevereiro deste ano estão salvaguard­ados, uma vez que uma equipa da administra­ção organiza as cobranças dos formandos e, de seguida, processa os salários dos trabalhado­res em tempo útil.

Quanto aos salários em atraso, o jovem formador acredita que a nova direcção está a analisar a forma para dar uma solução ao problema. “Aguardamos e pensamos que a nova direcção vai resolver este problema salarial”.

Ao agradecer o papel desempenha­do pelo Jornal de Angola, afirmou que houve alturas em que a anterior direcção ameaçava instaurar processos disciplina­res e afastar os formadores que reivindica­vam os seus ordenados.

Houve altura em que a anterior direcção estava a realizar um processo para afastar os formadores que tinham paralisado as suas actividade­s por falta de ordenado

“O salário é sagrado e pensamos que a nova direcção vai resolver o problema para o bem das pessoas, das famílias e da própria sociedade”, insistiu Maurício Rodrigues.

Segundo uma fonte, a nova direcção encontrou dívida de energia eléctrica, por falta de pagamento. Aquela instituiçã­o ministra no seu centro de formação vários cursos profission­ais, entre os quais de língua inglesa, informátic­a, relações públicas e contabilid­ade.

O contrato existente entre os formadores e a instituiçã­o determina que cada formador tem direito a 35 por cento sobre o valor arrecadado em propinas e 65 por cento ficam com a instituiçã­o.

O director cessante da Casa da Juventude, Sérgio José, havia informado ao Jornal de Angola que quando foi indicado para dirigir a instituiçã­o já existia a dívida salarial e problemas de água.

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RODRIGUES CAMBALA | EDIÇÕES NOVEMBRO Os trabalhado­res da Casa da Juventude de Viana não recebem salários há um ano

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