Escola encerra cursos por falta de professores
A Escola Superior Pedagógica da Lunda-Norte, unidade orgânica da Universidade Lueji Ankonde, vai encerrar, a partir deste ano académico, seis cursos do período regular por falta de docentes.
A informação foi avançada pela ministra do Ensino Superior, Ciências, Tecnologia e Inovação, Maria Bragança Sambo, durante a visita efectuada à província da Lunda Norte, onde avaliou o funcionamento das diferentes unidades orgânicas da Quarta Região Académica, que inclui Malanje e Lundas Norte e Sul.
Os cursos excluídos do curriculum académico da Escola Superior Pedagógica são os de Língua Portuguesa, Inglesa, Francesa, Ensino Especial, Química e Ensino Primário, tendo a ministra Maria Bragança Sambo se referido à falta de docentes como a causa principal desta medida.
De acordo com a governante, a situação financeira que o país atravessa fez com que não se realizassem concursos públicos para admissão de mais professores para cobrir a procura a nível das instituições do ensino superior público.
Reconheceu a falta de docentes em todos os subsistemas do ensino superior, quer em quantidade e quer em qualidade.
A ministra disse que estão a ser adoptadas políticas que proporcionem um ensino de qualidade.
Maria Bragança acrescentou que as instituições do ensino superior têm na sua gestão, rubricas para a contratação de professores, sobretudo para as vagas deixadas pelos falecidos, reformados e por transferências, de modo a suprir as necessidades da falta de professores sem esperar pelo concurso público.
A ministra falou da necessidade de se fazer o aproveitamento de todos os quadros que prestam serviços no ensino superior, mesmo não estando na carreira docente universitária, como é o caso dos professores do Ministério da Educação.
“Temos cerca de 250 professores nesta situação e o trabalho que estamos a fazer com o Ministério da Educação e com o MAPTESS é no sentido de prestarem serviço no ensino superior e criar condições para que ingressem na carreira docente no ensino superior”, informou.
Sem revelar o número de professores que a instituição precisa para colmatar a carência que as instalações universitárias do país têm, sobretudo, a Escola Superior Pedagógica da Lunda-Norte, a ministra referiu que o trabalho de levantamento de necessidades “está em curso a nível das diferentes universidades do país, principalmente as unidades orgânicas com maior carência de professores”.
Com o encerramento dos cursos de Língua Portuguesa, Inglesa, Francesa, Ensino Especial, Química e Ensino Primário, na Escola Superior Pedagógica da Lunda-Norte, cerca de 240 estudantes matriculados ficam sem estudar.
Para o seu pleno funcionamento, a escola precisa 125 professores, contra os actuais 84. Durante a sua estadia na LundaNorte, Maria do Rosário Bragança Sambo constatou também o funcionamento das faculdades de Economia e de Direito.
Lamentou a falta de instalações próprias e o número reduzido de salas de aulas na faculdade de Economia e sugeriu que os espaços deixados pelos estudantes do ensino especial possam beneficiar a faculdade de Economia.
Sobre a Faculdade de Direito, a ministra mostrou-se satisfeita com as condições de funcionamento e elogiou os aspectos de organização e a gestão dos recursos humanos.
Além da Escola Superior Pedagógica da LundaNorte e Faculdades de Direito e de Economia, a ministra visitou também a reitoria da Universidade Lueji Ankonde.