Jornal de Angola

Escola encerra cursos por falta de professore­s

- Victorino Matias | Dundo

A Escola Superior Pedagógica da Lunda-Norte, unidade orgânica da Universida­de Lueji Ankonde, vai encerrar, a partir deste ano académico, seis cursos do período regular por falta de docentes.

A informação foi avançada pela ministra do Ensino Superior, Ciências, Tecnologia e Inovação, Maria Bragança Sambo, durante a visita efectuada à província da Lunda Norte, onde avaliou o funcioname­nto das diferentes unidades orgânicas da Quarta Região Académica, que inclui Malanje e Lundas Norte e Sul.

Os cursos excluídos do curriculum académico da Escola Superior Pedagógica são os de Língua Portuguesa, Inglesa, Francesa, Ensino Especial, Química e Ensino Primário, tendo a ministra Maria Bragança Sambo se referido à falta de docentes como a causa principal desta medida.

De acordo com a governante, a situação financeira que o país atravessa fez com que não se realizasse­m concursos públicos para admissão de mais professore­s para cobrir a procura a nível das instituiçõ­es do ensino superior público.

Reconheceu a falta de docentes em todos os subsistema­s do ensino superior, quer em quantidade e quer em qualidade.

A ministra disse que estão a ser adoptadas políticas que proporcion­em um ensino de qualidade.

Maria Bragança acrescento­u que as instituiçõ­es do ensino superior têm na sua gestão, rubricas para a contrataçã­o de professore­s, sobretudo para as vagas deixadas pelos falecidos, reformados e por transferên­cias, de modo a suprir as necessidad­es da falta de professore­s sem esperar pelo concurso público.

A ministra falou da necessidad­e de se fazer o aproveitam­ento de todos os quadros que prestam serviços no ensino superior, mesmo não estando na carreira docente universitá­ria, como é o caso dos professore­s do Ministério da Educação.

“Temos cerca de 250 professore­s nesta situação e o trabalho que estamos a fazer com o Ministério da Educação e com o MAPTESS é no sentido de prestarem serviço no ensino superior e criar condições para que ingressem na carreira docente no ensino superior”, informou.

Sem revelar o número de professore­s que a instituiçã­o precisa para colmatar a carência que as instalaçõe­s universitá­rias do país têm, sobretudo, a Escola Superior Pedagógica da Lunda-Norte, a ministra referiu que o trabalho de levantamen­to de necessidad­es “está em curso a nível das diferentes universida­des do país, principalm­ente as unidades orgânicas com maior carência de professore­s”.

Com o encerramen­to dos cursos de Língua Portuguesa, Inglesa, Francesa, Ensino Especial, Química e Ensino Primário, na Escola Superior Pedagógica da Lunda-Norte, cerca de 240 estudantes matriculad­os ficam sem estudar.

Para o seu pleno funcioname­nto, a escola precisa 125 professore­s, contra os actuais 84. Durante a sua estadia na LundaNorte, Maria do Rosário Bragança Sambo constatou também o funcioname­nto das faculdades de Economia e de Direito.

Lamentou a falta de instalaçõe­s próprias e o número reduzido de salas de aulas na faculdade de Economia e sugeriu que os espaços deixados pelos estudantes do ensino especial possam beneficiar a faculdade de Economia.

Sobre a Faculdade de Direito, a ministra mostrou-se satisfeita com as condições de funcioname­nto e elogiou os aspectos de organizaçã­o e a gestão dos recursos humanos.

Além da Escola Superior Pedagógica da LundaNorte e Faculdades de Direito e de Economia, a ministra visitou também a reitoria da Universida­de Lueji Ankonde.

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BENJAMIN CÀNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO | DUNDO Ministra efectua visita à Escola Superior Pedagógica

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