Ravinas e tsunamis na economia angolana
Em economia não existem milagres, os milagres ocorrem em resultado das boas ou más práticas dos seus gestores, aos quais se exige a tomada de medidas cautelosas com previsões mitigantes, ao não serem observadas, podem causar “buracos negros” que se assemelham a ravinas, e quando praticadas com meticulosa intenção dolosa, assumem a dimensão de “tsunamis”, com efeitos devastadores à dimensão da economia nacional.
Os números que chegam a público a uma velocidade alucinante, através de diversas fontes, sobre a utilização menos parcimoniosa de somas astronómicas de recursos financeiros confiados a instituições e empresas públicas são assustadores, que poderão estar na base do difícil quadro que caracteriza a nossa economia, como que não bastassem por si só, as causas exógenas suficientes que ditaram a hecatombe de baixa histórica do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
A relatividade dos números depende da grandeza das economias. Se para uma economia a dimensão de países como os EUA, Inglaterra e Emiratos Árabes Unidos, só para citar algumas, com orçamentos que se cifram aonível de triliões de dólares, uns quantos milhões que eventualmente se “evaporem” (só com verdadeira arte de magia – porque monitorados ao cêntimo e à lupa) poderão “não” comprometer tanto as suas metas orçamentais...!!! já para o nosso caso, com um orçamento que ascende 88 mil milhões de dólares, qualquer milhão, pior quando se trate de mil milhões de dólares, constitui de facto um verdadeiro “desvio” de grandeza monumental e explosiva.
Se aos números (ainda) por serem esclarecidos no que a sua utilização correcta (??...) diz respeito, casos do Fundo Soberano (cinco mil milhões de dólares ), e agora a Sonangol com a recente revelação pelo Presidente do Conselho de Administração daquela empresa pública estratégica do Estado (135 milhões de dólares), somarem-se as dezenas de mil milhões (biliões) de dólares aplicados na construção de infraestruturas rodoviárias, habitacionais e outros equipamentos sociais, que pelo país inteiro apelam (infelizmente...!!!) a sua reposição devido ao precoce estado de degradação, acrescida à “hemorragia”de outras tantas dezenas de mil milhões (biliões) saídos do país ao arrepio das normas legais, passíveis agora de “cassação” à luz da Lei de Repatriamento de Capitais, em vias de aprovação final pela Casa das Leis – Assembleia Nacional, concluiremos de facto, que avultados recursos (escassos) foram muito mal utilizados, cujos efeitos devastadores causados à economia nacional, só se podem assemelhar acombinação de “ravinas e tsunamis”.
Ante a realidade desoladora patente aos olhos de toda a sociedade, com inúmeras vias de comunicação intransitáveis, pontes partidas, aldeias devastadas, centralidades e bairros com escolas e hospitais submersos;em defesa do bem comum, urge sim, combater sem pestanejo a impunidade e a corrupção, corrigir-se o muito que está mal, para resgate dos valores éticos e morais na gestão da coisa pública.
Ante a realidade desoladora patente aos olhos de toda a sociedade, com inúmeras vias de comunicação intransitáveis, pontes partidas, aldeias devastadas, centralidades e bairros com escolas e hospitais submersos; em defesa do bem comum, urge sim, combater sem pestanejo a impunidade e a corrupção