Jornal de Angola

Mau estado das vias provoca falta de produtos

A situação diminuiu grandement­e o movimento de viaturas na via e a circulação mercantil entre populares da província

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O estado avançado de degradação da estrada Cuimba/Buela, na província do Zaire, está a dificultar o escoamento de produtos do campo na presente época agrícola.

Os buracos e o capim tomaram conta desta estrada de terra batida com aproximada­mente 30 quilómetro­s, que liga a sede municipal do Cuimba à comuna do Buela, desencoraj­ando os camionista­s que frequentam aquela região fronteiriç­a com a República Democrátic­a do Congo (RDC).

Alguns habitantes afirmaram que a situação está a provocar carências em bens de primeira necessidad­e, cuja aquisição passou a ser feita a partir do país vizinho (RDC) a preços exorbitant­es. Produtos como milho, batata-doce, abacaxi, bombó, ginguba, repolho, cenoura, tomate e cebola, entre outros, estragam-se por falta de meios de transporte para o escoamento nos mercados da província, como confirmou Daniel Gonçalves, 76 anos de idade.

Segundo o ancião, há mais de 40 anos que a via não beneficia de trabalhos de reabilitaç­ão, facto que tornou a estrada numa picada, com buracos e capim à mistura, sobretudo na época chuvosa. “Aqui, na comuna, só chegam os moto-táxis. As viaturas de todo-o-terreno, mesmo os camiões, deixaram de frequentar essa localidade, pelo mau estado da estrada”, sublinhou.

O idoso explicou que, para evitar o pior, os habitantes são obrigados a transpor a fronteira para comerciali­zar os seus produtos na RDC a preços que não compensam, devido aos custos de produção. O camponês António Diwa afirmou ter produzido quantidade­s enormes de abóbora, na presente época agrícola, mas a maioria acabou por se estragar por falta de compradore­s e o mesmo pode acontecer com os abacates que estão prontos dentro de aproximada­mente dois meses.

“Vender os produtos no Congo Democrátic­o não dá lucro. Eles lá são muito explorador­es e gostam tudo barato”, queixou-se. Ana Teresa, também camponesa, pediu às autoridade­s a reabilitaç­ão da estrada de acesso à comuna. Ela considera que um trabalho paliativo, que passa por terraplena­gem, serve para minimizar as dificuldad­es de circulação de pessoas e mercadoria­s neste troço rodoviário. “Queremos só, pelo menos, um tractor para tapar os buracos e eliminar o capim que dificulta a visibilida­de dos automobili­stas na estrada. Estamos mesmos a sofrer por causa desta situação”, realçou.

“Queremos só, pelo menos, um tractor para tapar os buracos e eliminar o capim que dificulta a visibilida­de dos automobili­stas na estrada. Estamos mesmo a sofrer por causa desta situação”

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBO Ao longo da via existem muitos buracos que atrapalham a circulação de veículos

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