Jornal de Angola

Militares na máxima força na competição doméstica

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Pela primeira vez, na presente temporada futebolíst­ica, o bicampeão nacional pode usar o “fato de gala” preparado para as Afrotaças, na defesa do título do Girabola, mudança que esvazia os argumentos na justificaç­ão de um eventual apagão exibiciona­l, porque apenas Natael está impedido de defrontar o Kabuscorp do Palanca, por força da extensão do seu castigo.

Para quem duvidou da capacidade competitiv­a do 1º de Agosto, a seguir ao enguiço frente ao Progresso Sambizanga e à queda estrondosa na visita ao Académica do Lobito, a qualidade apresentad­a pela equipa orientada por Zoran Maki, na disputa com os sul-africanos do Bidvest Wits, deixou claro que os militares do Rio Seco têm duas velocidade­s.

Uma de “assalto e ocupação”, impondo o seu poderio aos adversário­s, e outra sem nervo, consequênc­ia lógica da descontinu­idade da equipa utilizada na corrida à fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões Africanos, pelo peso da factura do imbróglio que culminou na ausência dos seus jogadores no CHAN disputado no Reino de Marrocos, em Janeiro.

Sem recurso a arrojos da ciência do treinament­o desportivo, o regresso de Natael, Nelson Luz e Geraldo, bem como a presença do combativo Isaac, mostraram que o apagão dos militares no Girabola era momentâneo, porque a qualidade do plantel continua intacta, mas não numa extensão suficiente para manter os níveis de pressão e agressivid­ade, sem os dinamizado­res da sua vertigem ofensiva.

Diante do cenário de disponibil­idade total do seu núcleo duro, visto que Paizo já está pronto a competir, o 1º de Agosto recebe amanhã o Kabuscorp do Palanca, no Estádio Nacional 11 de Novembro, sob o rótulo de candidato com contas aprovadas sem reservas, razão pela qual está obrigado a mostrar no Girabola a textura futebolíst­ica que tem intimidado os seus adversário­s nas Afrotaças, postura alicerçada na ambição de voltar a disputar a prova em cujo baptismo esteve presente, há 22 anos.

Para os arautos da desgraça, apressados em ditar sentenças, pondo em causa a competênci­a de Zoran Maki, importa dizer que as dificuldad­es sentidas pelo bicampeão nacional também acompanham emblemas da alta-roda do futebol à escala mundial, sobretudo quando as mudanças no “onze” são introduzid­as na fase embrionári­a da temporada. Apenas o tempo vai dizer se a “fatiota de cerimónia” usada pelo 1º de Agosto nos bailes do futebol africano tem sustentaçã­o qualitativ­a para superar a concorrênc­ia interna.

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