Kenyatta e Rail Odinga acertam reconciliação
Presidente e líder da oposição aparecem juntos na televisão para anunciar processo destinado a unir toda a Nação
O Presidente Uhuru Kenyatta e o líder da oposição, Raila Odinga, prometeram numa inesperada declaração conjunta na televisão que vão dar início a um processo de reconciliação, de modo a colocar um ponto final no clima de crispação que se gerou depois da contestação às eleições do ano passado.
O Presidente Uhuru Kenyatta e o líder da oposição, Raila Odinga, prometeram numa declaração conjunta na televisão, que vão dar início a um processo de reconciliação de modo a colocar um ponto final no clima de crispação que se gerou depois da contestação às eleições do ano passado.
Raila Odinga, na ocasião, não aceitou o resultado das eleições e recusou-se a reconhecer Uhuru Kenyatta como Chefe de Estado do Quénia.
Este anúncio, feito na véspera da chegada a Nairobi do Secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, apanhou toda a gente de surpresa, especialmente os meios diplomáticos que consideravam “improvável” um processo de reconciliação entre aqueles dois responsáveis para os tempos mais próximos.
Até agora, tanto o Presidente como o líder da oposição, tinham ignorado todos os apelos feitos interna e externamente para um encontro a sós.
Na sua declaração conjunta, o Presidente Kenyatta sublinhou que no início do processo de discussão vão “analisar as razões que levaram à criação das divisões”.
Por sua vez, Raila Odinga disse que era tempo de “nos sentarmos para conversar e procurar o caminho da reconciliação que nos é exigida pelos quenianos”.
Nas suas intervenções nenhum dos dois líderes falou sobre o modo como decorreram as eleições do ano passado, nem sobre a actuação da polícia na repressão das manifestações e que causaram 150 mortes.
O Presidente Uhuro Kenyatta foi eleito para um segundo mandato em Novembro do ano passado, numa segunda volta boicotada por Raila Odinga.
Depois de não ter assistido à tomada de posse de Uhuru Kenyatta, Raila Odinga promoveu, ele próprio, uma cerimónia para ser empossado.
Essa cerimónia foi considerada ilegal pelas autoridades, havendo pessoas que nela participaram e que foram detidas tendo quatro estações de televisão sido temporariamente encerradas por terem aceite transmitir a cerimónia em directo, desrespeitando assim uma decisão da Justiça.
Numa primeira resposta à auto-proclamação de Odinga como “presidente do povo”, o Governo do Quénia declarou como “organização criminosa” o denominado Movimento de Resistência Nacional, criado para implementar um “energético programa de boicote económico” contra as empresas consideradas aliadas de Kenyatta e do seu partido e de realizar “manifestações pacíficas” contra o Governo.
De acordo com a lei queniana, quem for membro de um grupo criminoso organizado incorre numa pena de prisão de até 10 anos, uma multa de mais de cinco mil dólares, ou ambas as penas.
Nos confrontos e protestos que se seguiram às eleições terão morrido 150 pessoas e várias centenas de detidos, alguns dos quais ainda se encontram a aguardar por julgamento.
Pela sua localização geográfica, o Quénia é um país extremamente sensível pois tudo o que lá se passa pode influenciar seriamente os seus vizinhos, cada um deles a braços com problemas específicos.
A República do Quênia esta localizada muito perto do “Corno de África” juntamente com a Eritreia, Etiópia, Djibouti, Somália e Sudão, fazendo dela uma das regiões mais instáveis no continente.
No “Corno de África” África existem conflitos armados entre a Eritreia e a Etiópia, na Somália com o grupo terrorista al-Shabab e com os movimentos separatistas do Somalilândia.
Como se não bastassem os problemas que resultam da divisão política e da sua localização geográfica, o Quénia tem sentido igualmente dificuldades para fazer frente à seca que periodicamente afecta algumas das suas regiões.
Nos confrontos e protestos que se seguiram às eleições presidenciais terão morrido 150 pessoas e várias centenas de detidos, alguns dos quais ainda aguardam julgamento