Empresas devem operar com kwanzas
As empresas devem apostar no mercado nacional para contornar as dificuldades cambiais, o que passa por trazer as distribuidoras das grandes marcas internacionais, os quais têm fornecedores que podem colocar produtos no país sem grandes dificuldades.
A ideia foi avançada pelo proprietário da E&D, uma empresa de distribuição de filtros da companhia norteamericana Cummins, que este ano foi distinguida na África do Sul pelo desempenho no mercado angolano em 2017.
“Estas empresas não fazem concorrência às lojas, pois somos nós que temos de criar distribuidoras para estes criarem retalhistas e, assim, o mercado vai-se restabelecer”, considerou Carlos Martins, que opera a firma com o emprego exclusivo de kwanzas.
No passado, recordou Carlos Martins, havia a tendência para “toda a gente” importar, uma situação que é preciso inverter, reservando esse papel às grandes empresas.
“É mais fácil à banca lidar com meia dúzia de empresas que vão importar, pois estas vêm, negoceiam com os bancos, trazem o produto e nós temos simplesmente que nos cingir à nossa a moeda, o kwanza”, afirmou.
“Devemos atrair as grandes marcas para o mercado e serem eles os impulsionadores dos grandes distribuidores”, insistiu o empresário que indaga: “se compro um filtro a dez mil kwanzas, porque é que tenho que me preocupar com a taxa de câmbio”?
Carlos Martins recomendou que as pequenas empresas deixem, por estratégia, de se preocupar com as importações e foquem-se mais no mercado com o estabelecimento de parcerias com as grandes empresas.
“Quando se tratar de divisas para a importação, temos de nos preocupar com as exportações e captar divisas para o nosso mercado”, sublinhou.
A E&D Internacional, que opera em Angola desde 2009, tem uma quota de 20 por cento do mercado angolano, onde distribui filtros “fleetguard” para máquinas pesadas, geradores e viaturas, obtendo uma facturação do equivalente a 35 milhões de dólares por ano.