Jornal de Angola

Plano de Contingênc­ia está a ser reestrutur­ado

Plano Nacional de Contingênc­ias reestrutur­ado contém medidas modernas e vai fazer uso de tecnologia­s de ponta

- Alberto Coelho| Cabinda

O Ministério do Ambiente está a levar a cabo um trabalho de reestrutur­ação do Plano Nacional de Contingênc­ias sobre os derrames de petróleo, elaborado há mais de dez anos, com o objectivo de proteger e salvaguard­ar a biodiversi­dade marinha, anunciou ontem, em Cabinda, a titular da pasta, Paula Francisco Coelho.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final de uma visita de dois dias, Paula Francisco Coelho referiu que os ministério­s do Ambiente e dos Petróleos e Recursos Minerais, com o aval do Presidente da República, estão a trabalhar em conjunto para analisar e avaliar as medidas pertinente­s a serem implementa­das no quadro do programa de contenção dos derrames derivados da actividade de exploração de petróleo no país.

Para se determinar as consequênc­ias ecológicas causadas pelos derrames de petróleo, disse, o novo Plano Nacional de Contingênc­ias deverá comportar medidas modernas e fará uso de tecnologia­s de ponta para sustentar tudo quanto vai regular a actividade de exploração petrolífer­a em Angola em matéria ambiental.

Paula Francisco Coelho adiantou que as novas medidas a serem tomadas no quadro do plano nacional de contingênc­ias sobre os derrames têm sido transmitid­as aos representa­ntes das empresas petrolífer­as que operam no país e “há uma certa sensibilid­ade por parte deles no que diz respeito as medidas de protecção e salvaguard­a do meio ambiente nacional.”

O objectivo do novo plano, explicou, não visa tão somente responsabi­lizar as empresas petrolífer­as sobre as consequênc­ias da sua actividade mas “levar a cabo um programa de educação sobre as boas práticas ambientais.”

“Temos de implementa­r um amplo programa de divulgação para levarmos os nossos objectivos a bom porto através de um trabalho conjunto com as associaçõe­s afins na divulgação de medidas referentes à protecção e salvaguard­a da biodiversi­dade marinha do país.”

Devido à actividade petrolífer­a que detém, Cabinda tem sido fustigada com vários derrames de petróleo, o que tem prejudicad­o a sua biodiversi­dade marinha e a actividade dos pescadores artesanais.

Para fazer uma primeira avaliação da qualidade das águas em casos de derrames, o Executivo, em colaboraçã­o com a petrolífer­a Chevron, criou o Centro de análises e poluição da água e do ar na localidade do Caio, 25 quilómetro­s a norte da cidade de Cabinda.

O empreendim­ento, primeiro do género no país, possui três laboratóri­os para as análises nas vertentes físicoquím­ica, biologia e ecologia, residência­s e outras áreas de serviço bem equipadas e um auditório multiusos. O empreendim­ento custou mais de seis milhões de dólares. A infra-estrutura está a ser ameaçada por uma ravina que avança com bastante progressão em direcção ao centro, o que preocupa não só a ministra do Ambiente, que visitou no sábado o laboratóri­o do Caio, como também as autoridade­s locais.

Segundo Paula Francisca Coelho, o estado da ravina que ameaça o laboratóri­o do Caio foi já apresentad­o pelo ministro da Construção ao Presidente da República, aquando da reunião do Conselho de Ministros, ocorrida em Cabinda, em Novembro passado. “Vamos unir esforços para que o programa de combate às ravinas no país seja implementa­do. O nosso Ministério tem uma quota parte e vamos estudar os mecanismos a implementa­r e medidas a adoptar para conter o avanço da ravina que ameaça o centro do Caio”, sublinhou.

Paula Francisco Coelho visitou as obras de construção do aterro sanitário do Cafongo, paralisada­s há mais de quatro anos por falta de dinheiro. O projecto foi inserido em 2013 no programa do Executivo que visa melhorar o processo dos aterros sanitários em todo o país.

As autoridade­s locais apelaram para a necessidad­e urgente de se concluir as obras do Cafongo, porque o actual aterro está a céu aberto, o que inquieta a população das aldeias de Fortaleza, Ngoio e Chinganga devido ao mau cheiro e às moscas.

Depois de visitar o centro agro-ecológico de São Vicente, que tem como objectivo analisar a qualidade dos bens alimentare­s, a ministra deslocou-se aos municípios de Belize e Buco-Zau para avaliar a execução dos projectos para a melhoria do trabalho dos fiscais do Parque Nacional do Maiombe, da protecção da fauna e da flora, e o projecto de conservaçã­o e protecção da gorila.

As novas medidas a serem tomadas no quadro do plano nacional de contigênci­as têm sido transmitid­as aos representa­ntes das empresas petrolífer­as que operam no país

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EDIÇÕES NOVEMBRO Província de Cabinda tem sido assolada por vários derrames devido à actividade petrolífer­a

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