General Garcia Miala é nomeado chefe do Serviço de Inteligência
O Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, João Lourenço, promoveu o tenente-general Fernando Garcia Miala ao grau de general e por conveniência de serviço público o nomeou para o cargo de chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado. Fernando Garcia Miala substitui no cargo o comissário Eduardo Filomeno Bárber Leiro Octávio, ontem exonerado.
O general Fernando Garcia Miala foi ontem nomeado, pelo Presidente da República, João Lourenço, chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado, em substituição do comissário Eduardo Filomeno Bárber Leiro Octávio.
Doze anos após ter sido exonerado pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, do cargo de director-geral do Serviço de Inteligência Externa (SIE), Fernando Garcia Miala regressa à chefia da secreta angolana.
Antes, o Presidente João Lourenço, na qualidade de Comandante-emChefe das Forças Armadas Angolanas, promoveu o tenente-general Garcia Miala ao grau de general e nomeou-o ao novo posto por conveniência de serviço público.
Para o líder do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, o Presidente da República tem toda legitimidade para escolher entre os melhores quadros aquele que deve exercer este cargo. “Achase competências nele e razões para o Presidente da República tê-lo de volta a contribuir no Serviço de Inteligência, para poder dar o seu melhor à Nação angolana”, disse, para acrescentar que espera que Miala venha a desempenhar esta função com zelo e dedicação.
Benedito Daniel, que falou à Televisão Pública de Angola na qualidade de analista político, afirmou que Fernando Garcia Miala conhece muito bem o sector e acredita que o novo chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado não terá problemas em exercer a sua função, porque regressa a uma casa que conhece muito bem.
Fernando Garcia Miala foi demitido do cargo de director dos Serviços de Inteligência Externa em Fevereiro de 2006, tendo sido condenado pelo Supremo Tribunal Militar, a pena de quatro anos de prisão, por crime de insubordinação, depois de ter sido afastado das suas funções. O julgamento decorreu em Agosto. No banco dos réus, além de Miala, três elementos da sua anterior direcção foram condenados a dois anos e meio de prisão: Ferraz António, Miguel André e Maria da Conceição Domingos. Todos foram acusados de insubordinação por não terem comparecido perante as chefias militares na cerimónia de despromoção.
No caso particular do general Miala, as acusações de que foi alvo quando foi exonerado (por despacho presidencial) do cargo de director-geral dos serviços secretos externos e mantido em regime de prisão domiciliária, a partir de Fevereiro de 2006, eram mais graves: deslealdade ao Chefe de Estado, desrespeito à sua autoridade e suspeitas de tentativa de golpe de estado. Acusações nunca dadas como provadas e omissas do julgamento que se restringiu à acusação de não comparência na cerimónia militar de desgraduação.
Em 2012, o então almirante Miau, em declarações a jornalistas, disse ter perdido a credibilidade no Presidente da República com a acusação de tentativa de golpe de Estado a que foi vítima o general Miala, antigo chefe da secreta angolana, que acabou por ser condenado a quatro anos de prisão por desobediência. “Nada ficou provado sobre a alegada tentativa de golpe”, rematou o homem que é hoje o segundo elemento da CASA-CE.