Os templários e o surgimento dos bancos
A do Tempere não era a única ordem destinada a este fim, mas sim foi a que teve mais sucesso com o correr dos anos, e durante dois séculos acumularam bastante poder
Alguns documentários de história dão conta de certas curiosidades que têm a ver com as origens da maneira de organizar as finanças no mundo, tema vinculado com os templários.
Ainda que os conheçam mais pelos seus combates, a capa e espada, a Ordem do Tempere ou os cavaleiros templários fundaram os primeiros bancos.
O seu escudo representa dois cavaleiros ao lombo do mesmo cavalo, como símbolo de pobreza, e no imaginário colectivo a ordem a constituírem uns formidáveis guerreiros-monges que faziam e desfaziam o seu desejo durante a Idade Média.
Às típicas histórias deste tipo, no entanto, soma-se uma estreita relação com o dinheiro e a sua circulação pelo mundo, com algumas arestas de como os conhecemos hoje.
A origem dos Templários data de 1118 ou 1119 quando Hugo de Payns se ofereceu ao rei Balduíno II de Jerusalém para defender os cavaleiros que voltavam à Europa, procedentes da Primeira Cruzada.
A do Tempere não era a única Ordem destinada a este fim, mas foi a que teve mais sucesso ao longo dos anos, e durante dois séculos acumularam bastante poder. Segundo documentos da época, os templários distinguiamse pela sua honestidade e eficiência, o que fez com que muitos nobres deixassem heranças e depósitos financeiros que estavam sob sua custódia e gestão. O dinheiro que ganhavam era empregue na defesa e peregrinos da Terra Santa, que ao ajudar as suas casas ficavam tão agradecido que voltavam e doavam dinheiro e terras à Ordem, com o qual esta acumulou grandes riquezas rapidamente, apesar do seu consabido voto de pobreza.
Os templários não aspiravam à pobreza material, mas a ser 'pobres em Cristo', ou seja focar toda sua vida ao Cristianismo.
De facto, a finalidade última da Ordem era acumular dinheiro e terras para poder ajudar melhor a lutar pela Terra Santa e não estavam autorizados a lutar por ganhos pessoais.
Este enfoque à defesa dos cruzados implicava que aqueles que se apropriavam de dinheiro ou de objectos da Ordem sofressem graves castigos.
Por isso um templário não podia possuir mais de quatro denários e qualquer cifra de dinheiro que superasse esta quantia -que era bastante exígua para a época era considerada roubo.
Uma maneira de ajudar os peregrinos e guerreiros era através do dinheiro, claro está. E isto nem sempre se fazia gratuitamente, já que era bastante habitual que um guerreiro que partisse para a Terra Santa depositasse o dinheiro que ia precisar para a façanha.
Deste modo poupava-se ter que carregar fora com o ouro pela Europa. À mudança do depósito, os templários concediam uma espécie de 'letra de mudança' com uma codificação especial que podiam mostrar a outras casas da Ordem para que fossem dando o seu dinheiro ao longo da rota ou ao final da mesma.