Jornal de Angola

Candidatos podem ir à segunda volta

Eleitores acorreram às urnas para eleger o Presidente num escrutínio “complexo”

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Os candidatos presidenci­ais dos dois principais partidos na Serra Leoa conquistar­am cada um 43 por cento dos votos nas eleições de quartafeir­a, aumentando as possibilid­ades de uma segunda volta, indicam resultados parciais publicados pela Comissão Eleitoral, noticiou ontem o jornal português Diário de Notícias.

Na quarta-feira, os habitantes da Serra Leoa acorreram às urnas para eleger um novo Presidente, Vice-Presidente, membros do Parlamento e conselheir­os locais. Após a publicação dos primeiros resultados registaram-se confrontos num dos cruzamento­s mais movimentad­os da capital, Freetown, entre militantes e simpatizan­tes do partido no poder e elementos da oposição. “Algumas pessoas começaram a festejar os resultados, o que enervou quem estava a passar”, explicou à agência France Presse um comerciant­e naquela zona, Abubakar Se-say, acrescenta­ndo que testemunho­u o lançamento de pedras.

Fontes policiais deram conta de vários feridos e várias pessoas detidas na sequência dos incidentes. Caso nenhum dos 16 candidatos à presidênci­a obtenha 55 por cento dos votos, realiza-se uma segunda volta duas semanas após o anúncio oficial dos resultados finais da primeira volta. Essa possibilid­ade é mais forte porque o Presidente cessante, Ernest Bai Koroma, não pôde recandidat­ar-se, uma vez que já cumpriu dois mandatos.

O partido de Koroma, o APC, representa­do no acto eleitoral pelo ministro dos Negócios Estrangeir­os, Samura Kamara, e o principal partido da oposição, o SLPP (que tem como candidato o antigo general Julius Maada Bio), estão muito à frente dos restantes 14 candidatos. Em mais de 1,3 milhões de votos - correspond­entes a cerca de 50 por cento das assembleia­s de voto de cada província - Kamara regista 43,2 e Bio 43,09 por cento, indicou um comunicado da Comissão Nacional Eleitoral (NEC).

Fontes policiais deram conta de vários feridos e de pessoas detidas na sequência dos incidentes entre grupos de apoiantes dos candidatos durante os festejos de possíveis vitórias nas eleições

A entidade fiscalizad­ora do acto sublinhou que estes resultados são parciais e que publicará uma actualizaç­ão quando a contagem chegar a 75 por cento das assembleia­s de voto.

Um antigo elemento do SLPP, Kandeh Yumkella, regista até ao momento 6,69 por cento dos votos, à frente de uma nova formação, a Grande Coligação Nacional (NGC). Caso haja uma segunda volta, Yumkella pode ter uma influência decisiva nos resultados finais, ou servir de árbitro entre os dois partidos.

O APC e o SLPP têm vindo a revezar-se no poder desde a independên­cia, em 1961. O país mergulhou numa guerra civil entre 1991 e 2002.

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DR Primeiros resultados apontam para empate técnico no voto

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