Raiva mata milhares de pessoas no país
Nos últimos dez anos (2007 -2017), morreram em Angola mil e 977 pessoas, entre adultos e crianças, por mordedura de cães vadios ou semi-domiciliados, infectados pelo vírus da raiva, deu a conhecer a Comissão Técnica Contra a epidemia.
As províncias com maior incidência de casos de raiva são as de Luanda (774), Huambo (222), Bié (211), Benguela (153), Uíge (150), Huíla (120) e Malanje (100), segundo o documento que a Angop teve acesso.
Os membros da Comissão Técnica Contra a Raiva notaram uma baixa cobertura de vacina, devido a factores de ordem logística, insuficiência de recursos financeiros, humanos, de equipamentos e materiais específicos para o efeito. O débil sistema de recolha dos animais vadios, na sua maioria cães semidomiciliados, também foi apontado como uma das causas que têm contribuído para o aumento do número de mordeduras e transmissão do vírus da raiva aos humanos, assim como a fraca adesão por parte da população às campanhas de vacinação, sobretudo no meio rural. Adoptaram a vacinação anti-rábica em cães, gatos e macacos como uma actividade contínua (rotineira) nos serviços de veterinária a nível nacional. O documento esclarece que actualmente está em curso a vacinação de rotina contra a raiva dos animais de estimação (cães, gatos e macacos) e, em fase de preparação, a campanha de vacinação animal anti-rábica na província de Luanda, para o ano de 2018. Quanto a estratégia nacional para o controlo da epidemia, a comissão técnica sublinha a importância da informação, educação e comunicação para o combate e à eliminação da raiva no mundo até 2030. A meta foi estabelecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com anuência da Aliança Global Contra a Raiva (GARC), Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura FAO).