Escola Mutu-ya-Kevela
A Escola Mutu-ya-Kevela é uma instituição de ensino angolano, sediada na cidade de Luanda. Antes da independência de Angola chamava-se Liceu Nacional de Salvador Correia.
Começou a funcionar no dia 15 de Setembro de 1919, tendo sido designado sucessivamente de Liceu de Luanda, Liceu Central de Angola e Liceu Nacional de Salvador Correia. É uma das mais antigas instituições de ensino do país. Grande parte dos intelectuais angolanos, e não só, passou por esta instituição.
Mutu-ya-Kevela, que empresta o seu nome à escola, foi um líder militar bailundo que promoveu a maior revolta nativista do continente africano contra o poder colonial antes da Primeira Guerra Mundial.
A tradição académica da Escola Mutu-ya-Kevela, geralmente aceite, diz que, a 25 de Abril de 1890, cerca de trinta pessoas de famílias influentes da capital angolana, na época, resolveram numa assembleia na casa de Caetano Vieira Dias enviar um requerimento solicitando ao então governador de Angola a possibilidade da criação de um “Liceu Nacional” em Luanda. O requerimento foi entregue. Porém a resposta nunca foi dada. Estava, no entanto, dada a partida para a luta pela implantação desta escola, que tornar-se-ia um marco na história educacional de Angola.
A 22 de Fevereiro de 1919, a portaria n.º 51 do GovernoGeral de Angola, assinada pelo governador-geral Filomeno da Câmara de Melo Cabral, criou o Liceu Central de Luanda.
A 13 de Dezembro de 1923, o ministro das Colónias, Mariano Martins, equipara o Liceu Central de Luanda ao regime jurídico dos liceus da metrópole, por meio da lei n.º 1.511, passando a ser oficialmente denominado de Liceu Nacional Salvador Correia.
A 17 de Julho de 1937, foi adquirido um terreno e uma casa nele construída, situado na Avenida Brito Godins em Luanda, para aí ser edificado o futuro Liceu. O projecto foi elaborado pelo arquitecto José Costa e Silva. As obras começaram a 15 de Novembro de 1938 e a inauguração da nova sede ocorreu a 5 de Julho de 1942.
Após a independência, o governo de Angola mudou o nome da instituição, em 1975, para Escola Mutu-yaKevela (EMK), em homenagem ao grande líder militar do Reino Bailundo.
Em 2008, em função do estado de degradação em que se encontrava a Escola Mutu-Ya-Kevela foi desactivada temporariamente, e só voltou a funcionar a 17 de Fevereiro de 2017.
Entidades portuguesas e angolanas, como Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos e outros passaram por esta escola.