Jornal de Angola

“Nossa Língua Portuguesa” em exposição em Luanda

“Nossa Língua Portuguesa” é uma exposição internacio­nal que, a partir de Maio, está patente em quatro países africanos

- Mário Cohen

O Centro Cultural BrasilAngo­la (CCBA) promove de Maio a Junho, em Luanda, uma exposição internacio­nal itinerante denominada “Nossa Língua Portuguesa”.

O acervo vem do Museu de Língua Portuguesa, criado em São Paulo, Brasil, com o objectivo de difundir a língua portuguesa, bem como recolher mais dados de falantes para enriquecer o museu situado na maior cidade de lusófona do Mundo.

O embaixador do Brasil acreditado em Angola, Paulino Franco de Carvalho Neto, ao presidir a conferênci­a de imprensa, ontem, para apresentaç­ão da exposição, considerou a língua portuguesa como um dos mais importante­s eixos de actuação da diplomacia brasileira.

Historicam­ente, disse, o Brasil tem contribuíd­o para a difusão do idioma português, na sua variante brasileira, por meio da manutenção de uma extensa rede de centros culturais no exteriores, dos quais o Centro Cultural Brasil-Angola (CCBA).

Na óptica do diplomata, a exposição “Nossa Língua Portuguesa” constitui um convite à celebração do idioma que une para além das fronteiras “e que nos irmana numa comunidade de mais de 260 milhões de pessoas que, por meio dele, expressam a sua cultura, os seus sentimento­s, a sua ciência e as suas crenças.”

Por sua vez, a directora do CCBA, Nídia Klein, referiu que o público vai encontrar do acervo conteúdos interactiv­os em formatos digitais, desde textos, fotografia­s e documentos que espelham a origem da língua portuguesa. A mostra inclui, também, painéis que vão ser com imagens várias, conteúdos audiovisua­is que vão ser projectado­s numa tela.

Nídia Klein informou que a parte física da exposição tem como destaque material literário (livros) de autoria de escritores dos países falantes da língua portuguesa com maior referência internacio­nal, entre angolanos, brasileiro­s, portgueses, cabo-verdianos e moçambican­os.

Uma das metas da exposição é mostrar o acervo aos países participan­tes, bem como receber contribuiç­ões que sirvam para enriquecer o conteúdo existente. “Assim, o Museu poderá representa­r de forma cada vez mais completa a diversidad­e e a riqueza da língua portuguesa dos falantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)”.

A directora informou que um dos aspectos mais relevantes da exposição do Museu da Língua Portuguesa é a necessidad­e de sua adaptação a cada um dos quatro países africanos, em que a mostra vai ficar patente durante dois meses.

“É nossa intenção que se encontre o carácter pluricêntr­ico do idioma retratado e permitir o enriquecim­ento do acervo do Museu, que passará a representa­r de forma mais completa as diversas variantes da língua portuguesa”, disse Nídia Klein.

Para que as contribuiç­ões de Angola sejam efectivas o projecto tem a contribuiç­ão do escritor José Luís Mendonça, como curador local. Também jornalista, José Luís Mendonça vai assumir o tema “Como falar da cultura angolana”, principalm­ente para o enriquecim­ento do acervo do museu.

A produção da exposição e a realização de uma ampla gama de eventos culturais locais, complement­ares à exposição, também constam do programa, incluindo a formação vigilantes angolanos para as actividade­s referentes à produção artística. José Luís Mendonça disse trata-se de um desafio para o país, assim como tem em agenda várias contribuiç­ões que julga importante para enriquecer o evento de cariz internacio­nal.

Para a actividade, o escritor preparou diversos trabalhos sobre a evolução da língua portuguesa desde a sua origem, a inscrição na pedra de Ielala, feita pelos navegadore­s portuguese­s, em 1486, a Carta do Rei do Congo, Mbemba a Nzinga (Dom Afonso), ao Papa, escrita em 1500, o Dicionário de Línguas NacionaisP­ortuguês, assim como a Bíblias em Línguas Nacionais e provérbios de cada uma das línguas nacionais.

Para o Espaço Leitura, José Luís Mendonça prepara a obra “Trilogia de contos”, a obra “Luuanda”, de Luandino Vieira, “O Pano Preto da Velha Mabunda”, de Jacinto de Lemos, “Sagrada Esperança”, de Agostinho Neto, “Poemas”, de Viriato da Cruz, entre outras obras. Outros atractivos são “Varanda de Leitura”, um espaço aberto ao público, com a participaç­ão espontânea dos visitantes e pessoas interessad­as em fazer leitura de vários trechos narrativos.

O acervo vem do Museu de Língua Portuguesa, criado em São Paulo, Brasil, com o objectivo de difundir a língua portuguesa, bem como recolher mais dados de falantes

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AGOSTINHO NARCISO |EDIÇÕES NOVEMBRO Embaixador do Brasil apresenta o projecto que fica patente durante dois meses em Luanda

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