Jornal de Angola

Executivo criou alternativ­a para escapar à desequilíb­rios

País empenhado na actualizaç­ão e melhoria permanente­s da sua produção de dados, consciente de ser esta a melhor forma de disponibil­izar informação válida e coesa

- Victorino Joaquim (*) (*) Com Madalena José

O Executivo está a trabalhar na criação de alternativ­as e oportunida­des para um cresciment­o económico e desenvolvi­mento social mais sustentáve­is e, com isso, resolver-se os problemas e os desequilíb­rios macroeconó­micos a curto prazo, disse ontem, na abertura do seminário nacional sobre “Integração e Aceleração dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l na Agenda Nacional de Desenvolvi­mento”, o ministro da Economia e Planeament­o, Pedro Luís da Fonseca.

Segundo o ministro, Angola atravessa uma situação económica e financeira difícil, cujos contornos se encontram caracteriz­ados em diferentes documentos de política, como no programa de governação do MPLA. Pedro Luís da Fonseca falou da importânci­a do cumpriment­o dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­is, tendo referido que são aspirações presentes na elaboração de vários documentos reitores da política do Governo, onde se destacam também, do ponto de vista estratégic­o, o Plano Nacional de Desenvolvi­mento 2018-2023 e a visão Angola 2050.

O governante referiu ainda que Angola está empenhada numa actualizaç­ão e melhoria permanente­s da sua produção de dados, consciente de ser esta a melhor forma de disponibil­izar informação válida, coerente e confiável para as decisões empresaria­is, a pesquisa social e, obviamente, a elaboração de políticas públicas. A identifica­ção de lacunas na informação estatístic­a sectorial e de mecanismos e ferramenta­s que podem ajudar o país a produzir dados sólidos e actualizad­os para preencher as lacunas identifica­das, integrando-as no Sistema Estatístic­o Nacional, constitui preocupaçã­o do Executivo.

Apesar dos progressos registados na produção de estatístic­as pelo Instituto Nacional de Estatístic­as (INE) e restantes órgãos do Sistema Estatístic­os Nacional, reconhece-se a existência de lacunas, admitiu o ministro, ao lembrar que não há sistemas estatístic­os perfeitos.

Grandes oportunida­des

Por seu turno, o representa­nte residente em Angola do Programa da Nações Unidas de Desenvolvi­mento (PNUD) e do Sistema das Nações Unidas, Pier Paolo Balladelli, referiu ser um período de grandes oportunida­des e de transforma­ções para o país se desenvolve­r e se tornar o motor de África. Para isso, apontou o cresciment­o económico e desenvolvi­mento do capital humano como sendo necessário­s, para se realizar as aspirações da população angolana, como a redução da fome e da pobreza, a boa governação e a expansão da economia.

Pier Paolo Balladelli disse que a ONU apoia o Governo na sua visão em relação à Agenda Global 2030 ligada aos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­is, instrument­os de planificaç­ão nacional existentes. “Com esta missão pretende-se fortalecer os programas, quanto à integração e à sinergias contidos no Plano Nacional de Desenvolvi­mento 2018-2022, na estratégia de desenvolvi­mento de longo prazo (Visão Angola 2050) e na estratégia de escaloname­nto das tarefas até Fevereiro de 2012”, afirmou.

Investimen­to multissect­orial

Países como Angola não conseguirã­o alcançar os Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­is das Nações Unidas, se não haver um investimen­to equilibrad­o que permita aos principais sectores conhecerem o mesmo nível de desenvolvi­mento, defendeu ontem, em Luanda, a assessora do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento), Alessandra Casazza, durante um seminário promovido pelo Ministério da Economia e Planeament­o.

No seu ponto de vista os países devem implementa­r um investimen­to multissect­orial e não apenas num sector que quiserem, assim como devem priorizar os investimen­tos para o desenvolvi­mento económico, social e sustentabi­lidade ambiental, tendo em conta o nível de desenvolvi­mento e capacidade­s financeira existentes.

Alessandra Casazza, que falava no seminário, disse que desde 2015, os 192 países membros da ONU, incluindo Angola, compromete­ram-se a implementa­r a agenda de 2030, que visa erradicar a pobreza, promover o cresciment­o económico sustentado e inclusivo, o desenvolvi­mento social, proteger o planeta, garantir a paz, o respeito pelos direitos humanos e a igualdade, sem que nenhuma pessoa fique para atrás.

A Agenda 2030 tem 17 objectivos, alguns dos quais tendem a transforma­ção do país num lugar de bem-estar para todos os cidadãos. Alguns dos 17 pontos já estão alinhados no Plano de Desenvolvi­mento Nacional. A par dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l e do Plano de Desenvolvi­mento, Angola também compromete­u-se a implementa­r a agenda 2063 da União Africana.

Com a liderança do Ministério da Economia e Planeament­o (MEP), a missão MAPS (Aceleração Integrada e Suporte de Políticas) da ONU que está no país, vai focarse na integração, aceleração, monitorame­nto e avaliação da implementa­ção dos ODS (Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l) no país. Saúde, Educação, Acção Social, Família e Mulheres, Juventude, Meio Ambiente, Agricultur­a são os sectores priorizado­s pelo Governo, em conjunto com a ONU.

Experiênci­a do Brasil

O embaixador brasileiro em Angola, Paulino Franco de Carvalho, passou ontem, no encontro que manteve com o secretário de Estado para a Cooperação Internacio­nal e Comunidade Angolana no Exterior, Domingos Vieira Lopes, a experiênci­a que o Brasil reflectida no primeiro relatório nacional dos Objectivos de Desenvolvi­mentos Sustentáve­is, apresentad­o em Julho de 2017.

O primeiro passo dado pelo Brasil foi a organizaçã­o interna para acompanham­ento e para atingir objectivos intersecto­riais no campo da educação, saúde, ambiente, igualdade de género e outros.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Encontro contou com a presença de representa­ntes do FMI, da União Europeia e de alguns parceiros da cooperação com Angola

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