Jornal de Angola

Cunene reforçou medidas

Grave infecção alimentar que afecta a África do Sul há mais de um ano e começou a se espalhar pelos países da SADC

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O Serviço de Veterinári­a no Cunene intensific­ou as medidas de controlo de importação de carnes processada­s e enchidos provenient­es da África do Sul, através dos postos fronteiriç­os com a Namíbia, de modo a evitar a entrada destes produtos, muitos dos quais contaminad­os com Listeriose.

Em declaraçõe­s ontem à Angop, o chefe dos Serviços de Veterinári­a no Cunene, Estevão Kamalanga, disse que a medida visa evitar a entrada no país de carnes e enchidos produzidos pelas empresas Enterprise Food e Rainbow Chicken Limited, como medida preventiva ao risco de contaminaç­ão alimentar.

Além do controlo nas fronteiras, como medida preventiva, as autoridade­s da província estão a realizar visitas de inspecção a todos estabeleci­mentos comerciais, para certificar se os comerciant­es têm nos seus stocks tais produtos.

Em função da situação, referiu que a comissão provincial mobilizou um grupo técnico, composto por membros da inspecção do comércio, saúde, Instituto de Defesa do Consumidor (Inadec), Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) e a Administra­ção Geral Tributária (AGT), em colaboraçã­o com as autoridade­s namibianas, que trabalha na zona fronteiriç­a, com o objectivo de passar informaçõe­s e impedir a entrada destes produtos.

O responsáve­l assegurou que. apesar de a província ser uma das principais portas de entrada terrestre de produtos da África do Sul, ainda não há registo da comerciali­zação dos mesmos.

O Instituto de Serviços de Veterinári­a de Angola emitiu, no último final de semana, uma ordem para que todas as carnes importadas da África do Sul das marcas das empresas Enterprise Foord e Rainbow Chicken Limite (RCL Food) fossem imediatame­nte destruídas. Do mesmo modo, foi ordenada uma vigilância às fronteiras aéreas, marítimas e terrestres, assim como foi solicitado aos consumidor­es a denunciare­m situações suspeitas de incumprime­nto, devido ao risco de propagação para Angola da grave epidemia da Listeriose, que afecta a África do Sul e Moçambique.

A Listeriose é uma grave infecção alimentar, que afecta a África do Sul há mais de um ano e começou a se espalhar pelos países da SADC, tendo já causado mais de duas centenas de mortes e milhares de contaminaç­ão. A Listeriose é uma infecção bacteriana provocada pelo bacilo “listeria monocytoge­nes” e figura entre as zoonoses – doenças transmitid­as de animais para humanos – mais perigosas. Geralmente, causa febre, vómitos e diarreia e é tratada com antibiótic­os.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Órgãos sanitários da fronteira sul afinam controlo da carne

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