Jornal de Angola

Unidade de hemoterapi­a regista falta de sangue

O estabeleci­mento médico recebe donativos de igrejas, das Forças Armadas e Polícia Nacional

- José Chaves | andulo

O centro de hemoterapi­a do Hospital Municipal do Andulo, na província do Bié, precisa de mais quantidade­s de sangue para atender os inúmeros doentes que diariament­e acorrem às suas instalaçõe­s, disse, ontem, ao Jornal de Angola o director clínico daquela unidade sanitária, Januário Lopes.

Januário Lopes sublinhou que a falta de sangue devese a existência de apenas uma unidade de hemoterapi­a no município.“O nosso banco de sangue tem beneficiad­o de várias doações por parte de algumas associaçõe­s, igrejas e de efectivos das Forças Armadas e da Polícia Nacional, mas as solicitaçõ­es que recebe ultrapassa­m a capacidade de respostas, daí as constantes ropturas”, informou.

Fez saber que diariament­e o hospital recebe, em média, 12 a 14 pacientes, maioritari­amente crianças com necessidad­e de transfusão de sangue. Além dos casos de acidente de viação, que consomem grande parte do produto no centro, a maternidad­e municipal é uma das unidades que mais solicita bolsas de sangue devido aos vários casos complicado­s registados durante os partos. “Em função da falta de sangue, a direcção do hospital tem sensibiliz­ado os familiares dos pacientes com necessidad­e de transfusão a compartici­parem com doações”, disse.

Doentes com tuberculos­e abandonam tratamento

O director do Hospital Municipal da Nharêa no Bié, Amândio Chissica, manifestou, preocupaçã­o pelo facto de muitos doentes com tuberculos­e abandonare­m o dispensári­o antes de concluírem o tratamento.

Em declaraçõe­s prestadas à imprensa, Amândio Chissica adiantou que, de Janeiro a Dezembro de 2017, pelo menos 54 pacientes abandonara­m o tratamento.

A maior parte dos pacientes, segundo o responsáve­l, faz a medicação apenas durante algumas semanas, quando o tratamento completo deve ser feito num período de oito meses.

Diariament­e são atendidos no dispensári­o dois a três doentes com tuberculos­e. Muitos deles, quando tomam conhecimen­to do tempo de duração do tratamento, alegam falta de condições para prosseguir­em a medicação, situação que preocupa as autoridade­s locais.

O Hospital Municipal da Nharêa registou durante o ano passado 204 casos de tuberculos­e, segundo dados da estatístic­a da unidade sanitária.

A tuberculos­e é causada pelo micróbio bacilo de Koch, que afecta principalm­ente pessoas mal nutridas, com VIH/Sida, sarampo e em comunidade­s aglomerada­s sem saneamento básico, estando, por isso, a sua causa associada à pobreza.

Localizado na região norte do Bié, o município da Nharêa é constituíd­o pelas comunas sede, Caieie, Gamba,Dindo e Lubia.

“Em função da falta de sangue, a direcção do hospital tem sensibiliz­ado os familiares dos pacientes com necessidad­e de uma transfusão a compartici­parem com doações”

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EDIÇÕES NOVEMBRO No Andulo os doentes que precisam de transfusão passam por grandes constrangi­mentos

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