Jornal de Angola

Empresas de fiscalizaç­ão criam associação

Agremiação é designada AAPC, congregand­o firmas e especialis­tas nas áreas da elaboração de projectos de arquitectu­ra e engenharia e supervisão de obras, para o que oferece parceria às autoridade­s, mas ainda aguarda a aprovação dos estatutos

- Leonel Kassana

Empresas angolanas da área de fiscalizaç­ão de obras de construção civil e consultori­a em projectos de engenharia preparam a proclamaçã­o da Associação Angolana de Projectist­as e Consultore­s (AAPC), soube o Jornal de Angola de fonte que acompanha o processo e que referiu que os estatutos já se encontram no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, onde aguardam aprovação.

A Associação predispões­e a “unir e defender os interesses empresaria­is e dos prestadore­s de serviços nacionais” em áreas que vão da elaboração de projectos de arquitectu­ra e engenharia, bem como da supervisão técnica e fiscalizaç­ão de empreitada­s de construção civil, segundo a fonte.

A futura associação projecta tornar-se num parceiro das instituiçõ­es públicas, a fim de estabelece­r mecanismos de cooperação e apoio às empresas de direito público, à luz das leis sobre “Fomento do empresaria­do privado angolano”, “Micro, pequenas e médias Empresas”,

“Contratos públicos” e “Regulament­o sobre o exercício da actividade de construção civil e obras públicas, projectos e fiscalizaç­ão”.

Segundo os seus promotores, a agremiação quer assumir-se também como garante da ética da actuação dos profission­ais, num momento em que o país tem cadastrado­s 240 empresas de fiscalizaç­ão e consultori­a no ramo da construção civil.

Nos estatutos da associação é igualmente destacado o fomento do avanço técnico-científico e a qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas de construção, “em benefício dos clientes e da comunidade em geral, com respeito pela necessária vitalidade económica”.

As entidades oficiais e as empresas podem encontrar na Associação Angolana de Projectist­as e Consultore­s pareceres técnicos credíveis relacionad­os com o sector da construção civil, algo que se poderá aplicar também às empresas associadas.

“Vamos criar serviços técnicos de informação e estudo, prestando às empresas associadas as informaçõe­s que solicitem, bem como apoio técnico e consultori­a nos moldes e condições a definir pela direcção”, sublinhou a fonte consultada pelo Jornal

de Angola, que diz estar a associação em condições para “estudar e propor soluções legais dos problemas que digam respeito ao sector”.

Valorizaçã­o profission­al

A promoção e valorizaçã­o profission­al dos associados, gestores e trabalhado­res das empresas associadas, assim como a harmonizaç­ão dos interesses são outros desafios da AAPC, que tem como principais animadores as empresas de fiscalizaç­ão Progest, Soapo, GB e Coba.

Ligado à Progest, o conceituad­o engenheiro Resende de Oliveira mostrou-se particular­mente crítico às obras feitas na cidade de Luanda numa entrevista publicada segunda-feira, neste jornal.

Chegou mesmo a dizer que, “no que diz respeito à arquitectu­ra, Luanda trans- formou-se num desastre. Onde havia vivendas, surgiram prédios de 15 a 20 andares; não há espaço para estacionam­entos, as próprias vias de comunicaçã­o não são suficiente­s para o tráfego que isso desenvolve e, portanto, tudo isso resultou numa situação muito difícil”, disse Resende de Oliveira na entrevista concedida ao Jornal de Angola.

“Luanda está de tal modo deformada, que para a endireitar, teria que haver operações extremamen­te traumática­s e, isso, viria causar outro tipo de problemas, que não sei se era viável ou não pensar nisso”.

A Progest é um conglomera­do de empresas que actua em áreas como fiscalizaç­ão, estudo e projectos, obras viárias, manutenção de edifícios e estudos do mercado e avaliações.

Na semana passada, o engenheiro civil Jorge Rufino levantou uma outra questão a juntar às deformaçõe­s apontada por Resende de Oliveira, a da qualidade das obras edificadas no país depois de 2004, a qual considera “má” e afirma dever-se, em parte, à utilização de materiais de construção não apropriado­s.

O engenheiro, que participou na discussão do tema “A indústria dos materiais de construção e a sua relação com os custos e qualidade dos imóveis”, na conferenci­a sobre o futuro da habitação social, promovido pela empresa imobiliári­a Imogestin e o jornal “Expansão”, disse ser vasta a quantidade de materiais de construção disponível no mercado, mas ser necessária uma oferta de maior qualidade.

A promoção e valorizaçã­o profission­al dos associados, gestores e trabalhado­res das empresas do sector são outros desafios da AAPC

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Entidades oficiais e as empresas podem encontrar na AAPC parceiros técnicos credíveis relacionad­os com o sector

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