Empresas de fiscalização criam associação
Agremiação é designada AAPC, congregando firmas e especialistas nas áreas da elaboração de projectos de arquitectura e engenharia e supervisão de obras, para o que oferece parceria às autoridades, mas ainda aguarda a aprovação dos estatutos
Empresas angolanas da área de fiscalização de obras de construção civil e consultoria em projectos de engenharia preparam a proclamação da Associação Angolana de Projectistas e Consultores (AAPC), soube o Jornal de Angola de fonte que acompanha o processo e que referiu que os estatutos já se encontram no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, onde aguardam aprovação.
A Associação predispõese a “unir e defender os interesses empresariais e dos prestadores de serviços nacionais” em áreas que vão da elaboração de projectos de arquitectura e engenharia, bem como da supervisão técnica e fiscalização de empreitadas de construção civil, segundo a fonte.
A futura associação projecta tornar-se num parceiro das instituições públicas, a fim de estabelecer mecanismos de cooperação e apoio às empresas de direito público, à luz das leis sobre “Fomento do empresariado privado angolano”, “Micro, pequenas e médias Empresas”,
“Contratos públicos” e “Regulamento sobre o exercício da actividade de construção civil e obras públicas, projectos e fiscalização”.
Segundo os seus promotores, a agremiação quer assumir-se também como garante da ética da actuação dos profissionais, num momento em que o país tem cadastrados 240 empresas de fiscalização e consultoria no ramo da construção civil.
Nos estatutos da associação é igualmente destacado o fomento do avanço técnico-científico e a qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas de construção, “em benefício dos clientes e da comunidade em geral, com respeito pela necessária vitalidade económica”.
As entidades oficiais e as empresas podem encontrar na Associação Angolana de Projectistas e Consultores pareceres técnicos credíveis relacionados com o sector da construção civil, algo que se poderá aplicar também às empresas associadas.
“Vamos criar serviços técnicos de informação e estudo, prestando às empresas associadas as informações que solicitem, bem como apoio técnico e consultoria nos moldes e condições a definir pela direcção”, sublinhou a fonte consultada pelo Jornal
de Angola, que diz estar a associação em condições para “estudar e propor soluções legais dos problemas que digam respeito ao sector”.
Valorização profissional
A promoção e valorização profissional dos associados, gestores e trabalhadores das empresas associadas, assim como a harmonização dos interesses são outros desafios da AAPC, que tem como principais animadores as empresas de fiscalização Progest, Soapo, GB e Coba.
Ligado à Progest, o conceituado engenheiro Resende de Oliveira mostrou-se particularmente crítico às obras feitas na cidade de Luanda numa entrevista publicada segunda-feira, neste jornal.
Chegou mesmo a dizer que, “no que diz respeito à arquitectura, Luanda trans- formou-se num desastre. Onde havia vivendas, surgiram prédios de 15 a 20 andares; não há espaço para estacionamentos, as próprias vias de comunicação não são suficientes para o tráfego que isso desenvolve e, portanto, tudo isso resultou numa situação muito difícil”, disse Resende de Oliveira na entrevista concedida ao Jornal de Angola.
“Luanda está de tal modo deformada, que para a endireitar, teria que haver operações extremamente traumáticas e, isso, viria causar outro tipo de problemas, que não sei se era viável ou não pensar nisso”.
A Progest é um conglomerado de empresas que actua em áreas como fiscalização, estudo e projectos, obras viárias, manutenção de edifícios e estudos do mercado e avaliações.
Na semana passada, o engenheiro civil Jorge Rufino levantou uma outra questão a juntar às deformações apontada por Resende de Oliveira, a da qualidade das obras edificadas no país depois de 2004, a qual considera “má” e afirma dever-se, em parte, à utilização de materiais de construção não apropriados.
O engenheiro, que participou na discussão do tema “A indústria dos materiais de construção e a sua relação com os custos e qualidade dos imóveis”, na conferencia sobre o futuro da habitação social, promovido pela empresa imobiliária Imogestin e o jornal “Expansão”, disse ser vasta a quantidade de materiais de construção disponível no mercado, mas ser necessária uma oferta de maior qualidade.
A promoção e valorização profissional dos associados, gestores e trabalhadores das empresas do sector são outros desafios da AAPC