Londres e Moscovo trocam acusações
Mais de 12 mil civis fugiram ontem da cidade de Hamouria e dos arredores, um dos sectores mais importantes no enclave de Ghouta Oriental, na Síria, segundo dados mais recentes do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
De acordo com esta organização não governamental baseada em Londres, cerca de 12.500 civis deixaram as localidades de Hamouria, Kfar Batna, Jisrine e Saqba, no sul de Ghouta, o maior número desde o início da ofensiva das forças governamentais.
A televisão estatal síria mostrou imagens de centenas de civis a sair do enclave de Ghouta Oriental, atravessando a pé a zona que dá entrada no território controlado pelas forças governamentais perto da capital.
A estação televisiva AlIkhbariya mostrou homens, mulheres e crianças a saírem a pé da cidade de Hamouria, alguns a levar na cabeça os seus pertences, como roupas e colchões, segundo a agência noticiosa AP.
Outra estação de televisão, a Al-Mayadeen, mostrou imagens de autocarros que esperavam pelos civis para os levar para centros de identificação e apoio.
Os entrevistados pela estação televisiva estatal teceram elogios às Forças Armadas da Síria e ao Presidente, Bashar Al-Assad, e disseram que os grupos rebeldes armados os humilharam e detiveramnos contra a sua vontade em Ghouta Oriental.
O Exército sírio conseguiu entrar numa cidade-chave do enclave de Ghouta Oriental, sujeita a intensos bombardeamentos, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
“As forças governamentais atacaram Hamouria e conseguiram retomar o controlo parcial” da cidade, situada no sul daquele enclave, a leste de Damasco, indicou o Observatório, citado pela Agência France Press.
Pelo menos 25 civis, incluindo três crianças, morreram quarta-feira após bombardeamentos no enclave rebelde de Ghouta Oriental.
De acordo com o OSDH, desde o início da ofensiva das forças governamentais no enclave de Ghouta Oriental, a 18 de Fevereiro, cerca de 1.200 civis morreram, incluindo perto de 250 crianças.
No conflito armado na Síria, que se estende a outros territórios e dura há quase sete anos, morreram mais de 350 mil pessoas.
As Nações Unidas estimam que perto de 400 mil pessoas estejam encurraladas em Ghouta Oriental devido ao cerco do Governo.