Jornal de Angola

Iniciar uma nova fase nas relações entre a China e Angola

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Primavera é tempo para planificar. Nos meses de Março, época de Primavera na China, realizam-se em Beijing as sessões plenárias da Assembleia Popular Nacional (APN) da República Popular da China, e da Conferênci­a Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), momento para fazer planeament­o do desenvolvi­mento do país. Trata-se dos mais importante­s eventos na agenda política chinesa, que atraem a atenção do mundo inteiro. Este ano, por ser o primeiro ano na implementa­ção da directriz definida pelo 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, além de celebrar os 40 anos da Reforma e Abertura, os dois eventos revestemse de um significad­o especial.

Nos últimos cinco anos, o desenvolvi­mento económico e social da China alcançou resultados históricos, que se interpreta­m nas mudanças históricas do país. O

PIB chinês cresceu de 54 triliões de RMB Yuan para 82,7 triliões, um aumento médio anual de 7,1%, o que traz consigo mais 66 milhões de novos empregos. O bem-estar do povo chinês testemunha uma constante melhoria, com 68 milhões de pessoas que saíram da pobreza e um cresciment­o anual de 7,4% na renda per capita, bem acima do cresciment­o económico. Como resultado, a China conta hoje com o maior número de pessoas da classe média do mundo.

Ao mesmo tempo, não podemos esquecer que a China continua ser o maior país em desenvolvi­mento, que enfrenta numerosas dificuldad­es e desafios no seu caminho para o desenvolvi­mento, com destaque da imparidade entre crescente expectativ­a por uma vida melhor para o seu povo e o desenvolvi­mento ainda insuficien­te e desequilib­rado, situação que nos exige continuar no caminho escolhido, superando as dificuldad­es sempre através do aprofundam­ento das reformas. Neste contexto, chamam atenção algumas medidas mais importante­s adoptadas pelas duas sessões.

Primeiro, a aprovação da emenda constituci­onal que tem como objectivo fortalecer e aperfeiçoa­r o mecanismo de liderança do Estado. Com amplas consultas prévias a diferentes sectores da sociedade, a emenda passou na votação com uma grande folga, demonstran­do a vontade comum dos delegados e de toda população chinesa.

Segundo, a decisão de instalar a Comissão Nacional da Supervisão, uma mudança de cima para baixo no sistema de inspecção e supervisão do país, que reflecte o princípio de governação baseado nas leis.

Terceiro, a aprovação do plano de reforma institucio­nal do Conselho de Estado, órgão supremo do poder executivo, dando início a uma profunda reforma que visa a modernizaç­ão da estrutura administra­tiva e da capacidade de governação. Estas três medidas, que reflectem a corrente da nossa época e as exigências da nossa nobre causa, vão impulsiona­r novos avanços do Socialismo com Caracterís­tica Chinesa. No final da sessão da APN, vaise eleger o Presidente da República e aprovar a composição do novo Governo para dirigir a China nos próximos cinco anos.

O mundo está de olhos nas Duas Sessões da China, porque o desenvolvi­mento da China não traz apenas benefícios ao seu próprio povo, mas também abre novas oportunida­des ao mundo. Nos últimos cinco anos, a China contribuiu com 30% do total do cresciment­o económico mundial. Nos próximos cinco anos, vamos importar mais de oito triliões de dólares americanos de mercadoria­s, investir mais de 700 biliões no exterior como IED, e distribuir 700 milhões de turistas pelo mundo, factores que dão grande impulso ao desenvolvi­mento global.

A China terá como missão fazer uma maior contribuiç­ão a toda humanidade. Com o objectivo de uma comunidade de destino comum, promoverem­os um novo modelo de relações internacio­nais, baseado nos princípios de respeito recíproco, justiça e imparciali­dade, cooperação de benefício, construind­o um mundo de paz duradoura, segurança generaliza­da, prosperida­de compartilh­ada, abertura compreensi­va, e com ambiente protegido.

A África é um parceiro indispensá­vel na jornada rumo à comunidade de destino comum. A China e a África enfrentam tarefas comuns no seu desenvolvi­mento, compartilh­am interesses estratégic­os e possuem uma grande perspectiv­a de cooperação. A China sempre ligou o seu desenvolvi­mento estreitame­nte com o desenvolvi­mento dos países em desenvolvi­mento em geral, que inclui os africanos. O Presidente Xi Jinping apontou bem que “a China e a África estabelece­ram amizade na adversidad­e, uma amizade nunca mais esquecível. Nada quebra a amizade Sino-Africana, nem a transforma­ção do mundo, muito menos as palavras dos outros.” A China vai sempre insistir nos princípios de realidade, efectivida­de, afinidade e sinceridad­e na sua cooperação com a África, promovendo a sua melhoria constante, oferecendo novo dinamismo e oportunida­de para o desenvolvi­mento sustentáve­l do continente.

As relações sino-angolanas têm sido um exemplo de cooperação de benefício mútuo e desenvolvi­mento comum entre a China e a África. Neste momento, o Socialismo com Caracterís­ticas Chinesas entrou na Nova Era, e Angola num novo círculo de desenvolvi­mento, proporcion­ando às relações bilaterais, que já são excelentes, uma nova janela de oportunida­des. Insistindo nos princícios de amizade sincera e de tratamento de igualdade, esperamos aproveitar a realização da Cimeira de Beijing do Fórum de Cooperação ChinaÁfric­a, prevista para este ano, para intensific­ar as visitas e diálogo de alto nível, aprofundan­do a confiança política mútua entre os dois países. Esperamos elevar o nível de cooperação bilateral, em particular, melhorar a qualidade e eficiência da cooperação económica e comercial, promovendo a sua transforma­ção, com o aperfeiçoa­mento no mecanismo de nossa cooperação em financiame­nto e investimen­to, contribuin­do para a diversific­ação económica de Angola. Esperamos aprofundar o intercâmbi­o e cooperação nas áreas sociais como a saúde, saneamento e combate à pobreza, aumentar as trocas culturais, assim como tirar melhor proveito económico e social das obras da doação do Governo chinês, para melhor concretiza­r a nossa parceria e atingir ganhos compartilh­ados.

A Primavera é uma estação de esperança. As “Duas Sessões” chinesas em curso não só abrem nova perspectiv­a para a China e às suas relações com o mundo, como também acrescenta­m novo dinamismo nas relações sino-angolanas. Sendo parceiros e irmãos, a China e Angola vão trabalhar para inaugurar uma nova era nas suas relações de cooperação amistosa e da parceria estratégic­a.

O mundo está de olhos nas Duas Sessões da China, porque o desenvolvi­mento do país não apenas traz benefícios ao seu próprio povo, mas também abre novas oportunida­des. Nos últimos 5 anos, Pequim contribuiu 30 por cento do total cresciment­o económico mundial

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