Jornal de Angola

Líder trabalhist­a contra julgamento­s precipitad­os

Geremy Corbin pede ponderação para se “evitar cair numa nova guerra fria”

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O líder trabalhist­a britânico, Jeremy Corbyn, afirmou que “não se devem fazer julgamento­s precipitad­os” ao referir-se ao caso Skripal e defendeu-se das críticas que o acusam de não estar a culpar directamen­te a Rússia pelo envenename­nto do exexpião russo.

Num artigo publicado ontem no jornal britânico The Guardian, o líder do principal partido da oposição acrescenta que é preciso evitar cair numa “nova Guerra Fria” com a Rússia.

Corbyn tem sido criticado por vários políticos incluindo membros do Partido Trabalhist­a - pela forma como tem respondido às medidas de Londres contra Moscovo pelo envenename­nto de Skripal e da filha Julia com um gás nervoso alegadamen­te fabricado pelo Estado russo.

O ex-membro dos serviços de informaçõe­s russo e a filha foram encontrado­s inconscien­tes no dia 4 de Fevereiro num centro comercial de Salisbury, sul de Inglaterra, estando hospitaliz­ados em estado grave. No artigo publicado no The Guardian, Corbyn pede à primeirami­nistra britânica, que actue com “calma” e que demonstre “ponderação”, depois de ter anunciado na quartafeir­a a expulsão de 23 diplomatas russos.

“Estes factos horríveis exigem, antes de tudo, uma investigaç­ão criminal mais rigorosa e cuidadosa, levada a cabo pela nossa Polícia e pelos nossos serviços secretos”, escreve Corbyn. “Ir a correr antes de contar com as provas reunidas pela Polícia, numa atmosfera parlamenta­r febril não ajuda nem a justiça nem a nossa segurança nacional”, refere.

Corbyn acrescenta que se a Rússia não é culpada não se deve excluir a possibilid­ade de que se verifiquem “ligações” a grupos de crime organizado russos. “Como já afirmei no Parlamento,

“Estes factos horríveis (envenename­nto) exigem, antes de tudo, uma investigaç­ão criminial mais rigorosa e cuidadosa da nossa Polícia e dos serviços secretos”

com base nas evidências, as autoridade­s russas devem prestar contas e a nossa resposta deve ser decisiva e proporcion­al”, diz ainda o líder da oposição.

Entretanto, 19 deputados do Partido Trabalhist­a manifestar­am abertament­e apoio à primeira-ministra pelas medidas que foram adoptadas contra a Rússia devido ao envenename­nto do ex-espião.

A Rússia nega qualquer responsabi­lidade no ataque, que já mereceu a condenação de Governos e de dirigentes como os Presidente­s americano, Donald Trump, e francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenber­g.

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DR Dirigente da oposição faz fortes críticas à primeira-ministra

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