Mil milhões de dólares na venda de diamantes
O valor das vendas de diamantes em 2017 está avaliado em mil milhões de dólares, anunciou ontem, em Luanda, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, no Fórum de Auscultação sobre a revitalização da política de comercialização de diamantes brutos.
O sector pretende melhorar o valor arrecadado no ano passado, tendo em conta a oscilação esperada do preço do quilate no mercado internacional, afirmou o ministro. Dados disponíveis no Jornal de Angola indicam que, o ano passado, o preço dessa unidade caiu para 117,23 dólares, contra 121,1 em 2016.
O Fórum analisou a actual política de comercialização de diamantes, à luz do trabalho de um grupo criado em Dezembro para auscultar as empresas envolvidas na comercialização de diamantes.
O ministro afirmou que se prevê aperfeiçoar todos os aspectos que concorrem para o funcionamento da indústria diamantífera, esperando-se que os desenvolvimentos que ocorrem no domínio da prospecção, exploração e tratamento deste recurso mineral, se estendam à esfera da comercialização de diamantes .
A actual política de comercialização de diamantes, considerou, tem aspectos positivos, pretendendo-se melhorá-la, para que haja maior equilíbrio entre produtores , compradores e o Estado, com a criação de incentivos para que as empresas façam mais prospecção e se sintam motivadas a produzir mais.
“Já existe no sector uma política de comercialização, pretendendo-se melhorar essa política para maximizar as receitas para o Estado, acautelar os interesses dos produtores e das empresas de comercialização e criar incentivos, para que mais empresas venham fazer a lapidação de diamantes no país, criando valor acrescentado”, disse Diamantino Azevedo.
Empresas de diamantes
As empresas que operam no mercado, como a Sodiam, Catoca , Chitotolo, Camutué e outras sociedades apresentaram, no fórum, preocupações ligadas ao aumento do preço de venda dos diamantes angolanos.
O director-geral adjunto da Sociedade Mineira de Catoca, António Celestino, disse haver necessidade e motivos para se melhorar a comercialização, uma vez que, como maior contribuinte na produção de diamantes, a empresa sofreu, nos últimos seis anos, prejuízos avaliados na ordem de 450 milhões de dólares.
Actual política de comercialização de diamantes tem aspectos positivos, pretendendo-se melhorá-la, para que haja maior equilíbrio entre produtores, compradores e o Estado
Catoca tem analisado, nos últimos anos, os prejuízos obtidos com o actual paradigma da comercialização de diamantes , que está a criar dificuldades à empresa no domínio da investigação geológica e descoberta de novas minas. “Por isso a empresa entende que devese melhorar o sistema actual de comercialização de diamantes”, afirmou
António Celestino entende que, nesse processo de comercialização, existem participantes que estão a obter vantagens da actual situação no mercado internacional.
Catoca deixou, no Fórum, a proposta de aproximar os preços dos produtores dos praticados no mercado internacional, porque na base dos prejuízos está a diferença entre o valor dos produtores e o preço dos compradores.