Jornal de Angola

Secretário de Estado avalia surto de cólera

José Vieira Dias da Cunha considera que a situação não é tão preocupant­e na região como no Uíge onde se exige um cuidado redobrado das autoridade­s

- Alberto Coelho | Cabinda

O secretário de Estado da Saúde Pública, José Cunha, deslocou-se a Cabinda, acompanhad­o de uma comissão multissect­orial, para avaliar o estado actual do surto de cólera na região que causou dois mortos entre 30 casos registados.

De acordo com o governante, as principais causas do surgimento da cólera quer no Uíge quer em Cabinda têm a ver com o consumo de água não tratada, retirada directamen­te das cacimbas e dos rios.

Por este facto, em Cabinda, o secretário de Estado da Saúde Pública visitou a principal Estação de Produção e Tratamento de Água na cidade, para “verificar se há ou não dificuldad­es em termos de distribuiç­ão às populações”.

José Cunha visitou, igualmente, os bairros Gika, 1.º de Maio e 4 de Fevereiro, os mais afectados com o surto de cólera, bem como o Hospital Central de Cabinda para verificar as condições de tratamento dos doentes. com cólera. O secretário de Estado da Saúde Pública esteve ainda no depósito de medicament­os para avaliar o stock de fármacos para o tratamento da cólera.

Em relação ao estado actual da doença na província, o governante disse que em Cabinda “a situação é estável e não é tão preocupant­e como a da província do Uíge”.

Para controlar a epidemia, disse, o Ministério da Saúde criou em Luanda um gabinete de crise, que controla diariament­e a situação epidemioló­gica em todas as províncias em relação à malária e à cólera desde que se registou o primeiro caso da doença no Uíge e em Cabinda.

José Cunha aconselhou a população a manter um comportame­nto responsáve­l face à situação e a acatar todos os procedimen­tos que têm a ver com a prevenção da doença. “A forma mais correcta de combatermo­s a cólera é fazermos com que a população deixe de consumir água contaminad­a retirada das cacimbas e dos rios, e passe a desinfectá­la com os comprimido­s de concentrad­os de hipoclorit­o de cálcio que se está a distribuir”, disse.

Medidas preventiva­s

Dos 30 casos confirmado­s de cólera, dois resultaram em morte. Por essa razão, as autoridade­s sanitárias locais não cruzam os braços e estão a tomar medidas preventiva­s para evitar que a epidemia alastre.

O chefe de departamen­to de Saúde Pública em Cabinda disse em entrevista ao Jornal de Angola que o quadro sanitário da província em relação a essa enfermidad­e não é preocupant­e. Além disso, a Secretaria Provincial da Saúde está em alerta, tendo redobrado a vigilância epidemioló­gica para evitar o contágio pela doença. Uma área específica para acomodar os doentes de cólera foi criada pelas autoridade­s. Os casos suspeitos recebem os primeiros socorros no Hospital Provincial de Cabinda e os doentes mais graves são encaminhad­os para o Centro de Tratamento de Cólera (CTC) no Hospital 28 de Agosto, onde estão criadas quer as condições técnicas quer humanas para o tratamento. Fernando Kuico garantiu a existência de um stock suficiente de medicament­os para tratar os casos de cólera.

De acordo com Fernando Kuico, ao nível dos quatro municípios da província de Cabinda foram formados 150 técnicos que receberam conhecimen­tos básicos de prevenção, diagnóstic­o e tratamento da cólera.

O papel dos técnicos é o de aconselhar a população a acatar as medidas preventiva­s contra a doença e os procedimen­tos a ter no caso de um familiar ou um vizinho contrair a cólera. As equipas de vigilância, em coordenaçã­o com a Empresa de Águas, vão auxiliar as populações a desinfecta­r as cacimbas, latrinas, guas estagnadas e distribuir gratuitame­nte comprimido­s de cálcio para purificar o líquido nos bairros LomboLombo, 1.º de Maio, Comandante Gika, 4 de Fevereiro e Cabassango, considerad­as zonas críticas.

Uma área específica para acomodar os doentes de cólera foi já criada pelas autoridade­s. Os casos suspeitos recebem os primeiros socorros no Hospital Provincial de Cabinda

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RAFAEL TATI | EDIÇÕES NOVEMBRO | CABINDA Secretário de Estado apelou à população de Cabinda a manter um comportame­nto responsáve­l na prevenção da doença

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