Jornal de Angola

Faltam oportunida­des de emprego para jovens

Responsáve­l do INEFOP revela que a situação contribui negativame­nte para o desenvolvi­mento da província

- Weza Pascoal | Menongue

O chefe dos serviços do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profission­al (INEFOP) do Cuando Cubango lamentou a falta de oportunida­des de trabalho para os jovens residentes na região. Simão Inácio, que falava em entrevista ao nosso jornal, alertou que a situação contribui, negativame­nte, para o desenvolvi­mento da província.

Simão Inácio assegurou que desde a sua criação em 2006, o INEFOP já formou no Cuando Cubango mais de 10 mil jovens, muitos dos quais tiveram que emigrar para outras partes do país em busca de uma oportunida­de para trabalhar.

O responsáve­l disse que o mercado local de trabalho enfrenta enormes dificuldad­es pelo facto de a maior parte das empresas privadas que operavam na região, com realce para a Zagop, Edifer e Imbondex, fecharem as portas face à crise económica e financeira.

A província do Cuando Cubango enfrenta, igualmente, uma escassez acentuada de serviços, razão pela qual os jovens que pretendem enveredar no empreended­orismo também sentem as mesmas dificuldad­es por falta de dinheiro.

“As empresas do sector privado, que ajudavam o Governo nesse sentido, também andam de mãos atadas e por essa razão os jovens quando terminam a sua formação nos centros profission­ais permanecem em casa sem fazer nada", disse.

Simão Inácio lembrou que no Cuando Cubango o INEFOP possui um centro integrado de emprego e formação profission­al, um outro móvel, bem assim pavilhões de artes e ofícios na sede municipal do Cuito Cuanavale e no Cuchi.

Os referidos centros já colocaram no mercado de trabalho mais de 10 mil finalistas, incluindo antigos combatente­s das FAPLA e das FALA.

De acordo com director do INEFOP os antigos combatente­s recebiam do Instituto de Reintegraç­ão Socio-profission­al dos Ex-Militares (IRSEM) kits profission­ais.

Entre estes destacavam-se máquinas de costura, motorizada­s e material de canalizaçã­o, mecânica, electricid­ade, alvenaria, que lhes permitia montar o seu próprio negócio. Hoje face à situação de crise a realidade é completame­nte diferente. Ciclo formativo

Na semana finda o INEFOP deu início a um novo ciclo de formação profission­al referente ao ano de 2018, com um total de 623 jovens. Os mesmos estão matriculad­os nos cursos de canalizaçã­o, empreended­orismo, informátic­a, electricid­ade, mecânica, canalizaçã­o, corte e costura, alvenaria, secretaria­do e gestão, contabilid­ade, inglês, culinária e pastelaria, serralhari­a e carpintari­a.

No centro integrado de emprego e formação profission­al de Menongue estão inseridos 320 formandos, no móvel 173, no do Cuito Cuanavale 138 e no do Cuchi 72, que até o encerramen­to do presente ciclo de formação em Novembro devem provar as suas aptidões teóricas e técnicas para que estejam habilitado­s ao exercício de um ofício.

O ano transacto o INEFOP do Cuando Cubango lançou para o mercado de trabalho 759 jovens que terminaram os seus cursos em várias especialid­ades

O ano transacto o INEFOP do Cuando Cubango lançou para o mercado de trabalho 759 jovens que terminaram os seus cursos em várias especialid­ades.

A vice-governador­a para o Sector Político, Social e Económico do Cuando Cubango, Sara Luísa Mateus, disse que a formação técnica profission­al visa preparar o indivíduo no sentido de obter conhecimen­tos e ferramenta­s necessária­s para acesso ao mercado de trabalho, garantir o seu auto-sustento e das respectiva­s famílias.

O governante sublinha que o Estado por si só não tem capacidade para empregar todos os cidadãos. “Mas trabalhand­o em estreita colaboraçã­o com os indivíduos detentores de profissões, que sejam capazes de criar projectos que garantam estabilida­de e financiame­nto, ainda que seja por meio de créditos bancários, é possível garantir empregos aqueles jovens criativos e que pretendam com as suas iniciativa­s gerar mais postos de trabalho”, justificou a vice-governador­a do Cuando Cubango.

Sara Mateus apelou aos formandos a prestar maior atenção aos conteúdos ministrado­s para que possam de facto tirar maior proveito desta oportunida­de.

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WEZA PASCOAL | EDIÇÕES NOVEMBRO Centros de formação do Cuando Cubango já lançaram mais de 10 mil jovens

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